Mostra traça panorama do Fluxus

Brasília vê 276 trabalhos e filmes do movimento de vanguarda que pregava o fim da cultura comercial e do mercado da arte. Liderado por George Maciunas, grupo teve entre seus adeptos a viúva de John Lennon, Yoko Ono

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Fluxus, o movimento de vanguarda surgido em Nova York em 1961, é o tema da exposição que o Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília vai abrigar até o dia 29 de setembro. Mostra de arte experimental, O Que É o Fluxus? O Que não É? O Porquê traz em seu próprio título o objetivo da exposição: contar e desvendar o que foi esse movimento que pregava, com convicção, o fim da cultura comercial, do mercado de arte, além da desmistificação da própria arte, principalmente a que era por eles considerada objeto de museu. Fundado e liderado pelo lituano residente em Nova York, George Maciunas, o Fluxus se estendeu para a Europa e chegou até ao Japão. Entre seus integrantes, os alemães Wolf Vostell, Joseph Beuys e Dieter Roth; os franceses Ben Vautier, Robert Filiou e Olivier Mosset; os italianos Marchetti e Giuseppe Chiari; os americanos Dick Higgins, Alice Hutchins, Joe Jones, Robert Watts e George Brecht; os nórdicos Henning Christiansen, Per Kirkeby, Milan Knizak e Eric Andersen; e os japoneses Takehisa Kosugi, Shigeko Kubota, Mieko Shiomi, Takako Saito e, a mais célebre, Yoko Ono. Na própria definição extraída do dicionário, o nome do movimento significa mudança, fusão, transformação. Influenciados pela música experimental e aleatória de John Cage, os integrantes do Fluxus produziam obras que não pudessem ficar guardadas em museus, queriam desenvolver obras que fizessem interagir com o cotidiano. Performances, instalações, fotomontagens, videoarte, desenhos, objetos e apropriações artísticas de jornais, revistas e catálogos eram a maneira de incorporar novos materiais no campo da arte. Muitas das obras eram assinadas coletivamente. O Fluxus, inspirado no dadaísmo e no construtivismo russo, terminou em 1978, ano da morte de George Maciunas. A exposição no Centro Cultural Banco do Brasil apresenta 276 trabalhos e filmes pertencentes ao acervo dos colecionadores americanos Gilbert e Lila Silverman, que iniciaram sua coleção em 78. O curador Jon Hendricks dividiu a mostra em duas partes: uma com os trabalhos mais característicos do Fluxus e outra com obras de artistas que passaram pelo movimento e depois seguiram suas carreiras em outras direções. Tudo de um modo bem didático. A exposição também marca o lançamento do livro Fluxus, primeira publicação sobre o movimento lançada no Brasil. Os textos em inglês e português contam a história e a filosofia do movimento. Os manifestos, definições e textos assinados pelos artistas estarão reunidos no livro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.