05 de abril de 2010 | 10h33
A mostra representa um diário de viagem, na aparência com um olhar descompromissado, mas totalmente bem resolvido, e a herança de um dos profissionais mais importantes do século 19, Marc Ferrez. Ele, além de fotógrafo da família imperial, teve um trabalho ''solo'', viajou pelo Brasil registrando trabalhadores, escravos, a vida no país. Também foi considerado fotógrafo da Marinha imperial por suas imagens em alto-mar. Pioneiro em fotografias de interiores e na forma de retratar, ele é sem dúvida nosso principal fotógrafo.
Essa paixão pela imagem parece ter passado para seus descendentes. Na mostra, registros realizados por seus filhos Julio (1881-1946) e Luciano (1884-1955) e por seu neto Gilberto Ferrez (1908-2000), que, além de fotógrafo, foi colecionador, historiador e guardião desse imenso arquivo. Os curadores levaram mais de um ano vasculhando 8 mil negativos, além de álbuns e arquivos pessoais, reunidos hoje no Arquivo Nacional do Rio graças a uma doação da família, em 2007. "Queríamos doar para uma instituição pública brasileira. Queríamos a possibilidade de que este material fosse bem guardado e que as pessoas tivessem a chance de vê-lo", conta por telefone Helena Ferrez, filha de Gilberto.
Antes da doação, porém, todo o acervo foi catalogado. Empreitada que levou dois anos para ser cumprida pela produtora Fazer Arte de Julia Peregrino (uma das curadoras da mostra) e pela própria Helena, e contou com o patrocínio da Petrobras. Foi nessa fase que Julia se deu conta da riqueza do material iconográfico e solicitou a parceira de Pedro Karp Vasquez para a organização da mostra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Família Ferrez: Novas Revelações - Galeria Olido (Av. São João, 473). Tel. 3331-8399. De terça a sexta, 12h às 20h30; sábado e domingo, 13h às 20h. Grátis. Até 23/5.
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