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Mostra inaugura Nova André Galeria

A exposição 4 Décadas traz 136 obras do acervo da antiga André Galeria, fundada em 1959 e agora reformada. Entre as peças, dois grandes painéis de Portinari

Por Agencia Estado
Atualização:

Para inaugurar seu novo espaço ampliado, a Nova André Galeria - que antes era conhecida como André Galeria - abre amanhã a exposição 4 Décadas, que reúne 136 obras de seu vasto acervo, entre elas 96 pinturas e 40 escultoras. Funcionando desde 1959, a galeria passou por uma reforma e agora chega a medir 1.535 metros quadrados, sendo hoje considerada uma das maiores da América Latina. 4 Décadas foi pensada justamente para sinalizar mudanças conceituais tanto em relação ao novo espaço da galeria quanto sobre suas escolhas de trabalho. Para tanto, o curador Carlos von Schmidt levou 45 dias para escolher as 136 obras entre as 2.500 do acervo da galeria. "Foi uma reunião de artistas antológicos, artistas famosos e os considerados emergentes", diz o curador. Ele conta que, quando já estava tudo pronto, inclusive o catálogo, chegaram mais dois painéis em madeira feitos em 1956 por Portinari que foram incluídos na exposição. Os painéis, de grandes proporções, são Transporte de Café e Colheita de Café, produzidos, na época, para o Banco São Caetano. Os valores desses painéis são respectivamente R$ 1 milhão e 400 mil e R$ 1 milhão e 300 mil. 4 Décadas tem três segmentos: o primeiro, o dos artistas antológicos, traz obras de Candido Portinari, Victor Brecheret, Emiliano Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro, Alfredo Volpi, entre outros. Entre os artistas famosos que compõem o segundo segmento, estão Carybé, Carlos Scliar e Enrico Bianco. E no último segmento, o dos considerados artistas emergentes, Von Schmidt destaca os trabalhos de Thereza Portes, Claudio Aun, Marco Stelatto e a artista Edith Pittier, que já vendeu uma de suas obras para Mick Jagger. Esta é a primeira vez que que Carlos von Schmidt faz uma curadoria para a André, além de prestar assessoria para o local. "Não acho anti-ético um curador fazer assessoria a uma galeria. As maiores galerias de Nova York, por exemplo, são assessoradas por críticos e curadores", afirma von Schmidt. Ele também cita como exemplo Pietro Maria Bardi, que além de dirigir o Museu de Arte de São Paulo (Masp) tinha uma galeria particular. Carlos von Schmidt diz que não ficou restrito à montagem da exposição, mas 4 Décadas é uma ação para sinalizar o processo de reformulação da galeria, principalmente a relação com seu vasto acervo. "Nova York tem 500 galerias, mas somente 50 são de qualidade. E essas trabalham geralmente com um número de 12 artistas. Uma das modificações será trabalhar com poucos artistas (por exemplo, para essa exposição foram escolhidos 56 artistas), trabalhar melhor com um número menor", explica o curador e crítico de arte. O nome da exposição está estritamente relacionado aos 42 anos de existência da galeria que foi fundada pelo romeno André Blau. E algumas obras já estão vendidas, como duas pinturas de Bianco e Vito Campanella e esculturas de Ricardo Amadasi e Gustavo Nakle. 4 Décadas. De segunda a sexta, das 10 às 20 horas; sábado, das 10 às 15 horas. Nova André Galeria. Rua Gabriel Monteiro da Silva, 1.753, tel. 3064-2242. Até 24/12. Abertura amanhã (20), às 20 horas.

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