
27 de maio de 2010 | 10h37
Vencedor do Prêmio Porto Seguro de Fotografia, em 2003, cujo tema foi São Paulo 450 anos, e com obras no acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Ricardo Hantzschel conheceu a técnica de fotografar com pinholes na década de 90. De lá para cá, ele diz que aprendeu a trabalhar com dois elementos: a precariedade e o acaso. "Lido e assumo a precariedade como forma de linguagem. Cada câmera tem uma luz, uma sujeira. Por isso, cada imagem tem um DNA específico. E o acaso me acompanha todas as vezes que chego ao laboratório, pois sempre tenho uma grande surpresa", explica. Para ele, as câmeras digitais pasteurizaram a fotografia, o que torna fundamental a busca por algo diferente. "É como se as câmeras digitais te dissessem: ''Não me atrapalhe Eu sei o que estou fazendo''. O bom fotógrafo é o cara que ''atrapalha'', que não se submete a essa pré-programação", diz.
Dono de trinta câmeras pinholes - todas confeccionadas por ele mesmo -, Ricardo Hantzschel utilizou cinco delas para a produção das imagens que fazem parte da exposição. Segundo ele, todas as câmeras foram construídas pensando nas imagens que elas viriam a captar. "Peguei locais bem conhecidos de São Paulo e referências arquitetônicas famosas para mostrar a metamorfose cotidiana da nossa metrópole", conta. Hantzschel destaca que a foto mais rápida foi feita na Avenida 23 de Maio, produzida em 15 segundos, e a mais demorada levou 72 segundos (1 minuto e 12 segundos) para ser captada, na Praça da Sé. As informações são do Jornal da Tarde.
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