Mostra do Redescobrimento termina no domingo

Termina neste domingo a monumental Mostra do Redescobrimento, a maior exposição já montada no Brasil, com 15 mil obras, foi realizada por 23 curadores e registrada em 14 catálogos

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Por Agencia Estado
Atualização:

Vista por cerca de 1,7 milhão de pessoas até a quarta-feira, termina neste domingo a monumental Mostra do Redescobrimento, a maior exposição já montada em solo brasileiro, com cerca de 15 mil obras expostas em 60 mil metros quadrados de área. Às 22 horas, acaba a visitação. À meia-noite, ela já começa a ser desmontada para seguir rumo às numerosas fases de sua itinerância. A visitação, durante esta semana, está sendo gratuita, o que gera imensas filas nos três pavilhões do Ibirapuera, onde a mostra está sendo realizada - Cicillo Matarazzo, Lucas Nogueira Garcez (Oca) e Manoel da Nóbrega (Pinacoteca). São cerca de 40 mil pessoas por dia e a espera está sendo, em média, de uma a duas horas. A organização do evento não recomenda que se leve lanche para a espera, porque não se pode levar alimentos para dentro dos pavilhões, e pede que também não se leve bolsa - a fila para guardar pertences pessoais é maior do que a fila para entrar. No início da exposição, uma pesquisa encomendada pela organização mostrou que o módulo mais visitado era o de Artes Indígenas. Mas o módulo preferido pela maioria era Arte Barroca, que tem a curadoria de Myriam Ribeiro e cenografia de Bia Lessa - seguido pelos módulos Artes Indígenas e Arqueologia. Outra atração muito procurada é o Cine Caverna, uma ambientação temática da Caverna de Sete Cidades, do Piauí, onde é exibido, em intervalos de uma hora e meia, o documentário Antes - Uma Viagem pela Pré-História Brasileira, primeiro documentário filmado, editado e projetado em digital HD no Brasil. O documentário de 30 minutos foi produzido por Nelson Hoineff e Marcello Dantas, da Comunicação Alternativa. A exposição trouxe diversidade, exuberância e, principalmente, controvérsia para o Ibirapuera. A Oca, antigo Museu do Folclore e da Aeronáutica, que esteve fechada por 14 anos, foi especialmente reformada para a mostra, com recursos da iniciativa privada. Foram gastos cerca de R$ 10 milhões na reforma e a promessa do organizador da mostra, o banqueiro Edemar Cid Ferreira, era que a Oca seria devolvida tão logo acabasse a exposição. Mas Ferreira acabou conseguindo, há poucos dias, a cessão da Oca pela Prefeitura por tempo indeterminado, o que a transforma em mais uma instituição museológica no parque, sob inteiro controle do banqueiro. Ele pretende trazer exposições internacionais para o parque, iniciando-as com uma mostra da Fundação Guggenheim. Terminada a exposição, ainda é possível guardar o registro de sua passagem por São Paulo com um dos 14 catálogos preparados pela organização. Uma comissão de 23 curadores participou da feitura do material, considerado uma verdadeira "enciclopédia de arte brasileira" pelos organizadores. Os 14 volumes (cada catálogo corresponde a um módulo) trazem textos da curadoria e imagens das obras exibidas na exposição. A Argentina será o primeiro país a receber a itinerância internacional da Mostra do Redescobrimento, que deverá percorrer mais 20 museus no exterior até o fim de 2002. Na Argentina, a mostra vai ser vista no Museu Nacional de Belas Artes (Arte Barroca), no Museu de Arte Moderna (arte moderna), na Fundação Proa (Imagens do Inconsciente) e no Centro Cultural Ricoleta (Arte Popular), todos em Buenos Aires. Inúmeros jornais internacionais trataram da mostra brasileira em suas páginas, em geral com uma avaliação positiva. O mais importante jornal norte-americano, o New York Times, publicou uma página inteira sobre o evento numa reportagem de Larry Rohter, intitulada Showing Off the Profusion of a Culture (Revelando a grandeza de uma cultura).

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