Mostra ´Brasil Indígena´ lança Ano do Brasil na França

Um dos espaços culturais mais nobres de Paris inaugura o mega-evento destacando a cultura indígena brasileira

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Por Agencia Estado
Atualização:

Foi aberta ao público nesta quarta-feira em Paris a exposição Brasil Indígena, que lança oficialmente o Ano do Brasil na França. O evento, realizado no Museu do Grand Palais, um dos espaços culturais mais nobres da capital, ganhou grande destaque na imprensa francesa. A exposição traça um vasto panorama da cultura indígena brasileira, da pré-história aos dias de hoje. São 350 objetos, entre máscaras, ornamentos em plumas, jóias e cerâmicas, entre muitos outros. É a primeira vez que uma mostra tão ampla sobre os índios brasileiros é apresentada fora do Brasil. Como introdução à mostra, há imagens da Amazônia realizadas pelo fotógrafo Arthur Omar. Veja imagens dos objetos em exibição Brasil Indígena apresenta de forma cronológica peças de tribos de várias partes do país. A estética da arte indígena também é colocada em evidência nessa mostra. O antropólogo Luís Donisete Benzi Grupioni, um dos curadores da exposição, diz que ela representa uma oportunidade única porque reúne pela primeira vez um grande número de objetos, pertencentes a diferentes museus, muitos deles europeus. A exposição apresenta uma coleção importante de cerâmicas da arte pré-colombiana da Amazônia. Outro ponto forte da exposição, na avaliação do curador, são as máscaras Jurupixuna, tribo que viveu na Amazônia até o século 18. Objetos de outros povos que desapareceram durante a colonização também estão presentes na mostra. As onze máscaras Jurupixuna expostas foram coletadas pelo viajante português e baiano Alexandre Rodrigues Ferreira, no século 18, e pertencem hoje a diferentes instituições portuguesas. A seleção de objetos de arte plumária, realizados por vários povos indígenas, também tem grande destaque nesta exposição. Há também uma importante coleção de máscaras, vindas de inúmeros museus e que representam diferentes rituais. "O objetivo dessa exposição é mostrar a antigüidade da produção estética das sociedades que deram origem aos índios e mostrar também as produções contemporâneas", afirma Grupioni. Outra coleção reunida e apresentada pela primeira vez no Grand Palais é a do antropólogo francês Claude-Levy Strauss, autor do célebre Tristes Trópicos, com peças que ele coletou no Brasil na década de 30. Esses objetos são atualmente divididos entre o Brasil e a França. Brasil Índigena, no Museu do Grand Palais, em Paris, será apresentada até 27 de junho. Brasil, Brasis - o Ano do Brasil na França - O projeto que começa este mês e vai até dezembro, deve inaugurar cerca de 400 eventos artísticos na França, nas artes plásticas, literatura, cinema, fotografia, vídeo, música, teatro. Confira o site oficial. Nas artes visuais, destacam-se as mostras do pintor Cícero Dias: os anos brasileiros 1920-30, na Casa da América Latina, em Paris, desde o dia 16. Adriana Varejão também expõe Câmara de Ecos desde o dia 18, na Fundação Cartier para a arte contemporânea, em Paris e ainda o artista Tunga, e os fotógrafos Miguel Rio Branco e Sebastião Salgado, entre outros. A cantora Maria Rita já se apresentou na Cité de la Musique de Paris que vai receber até 26 de junho vários artistas brasileiros, como Djavan, Tom Zé, Yamandú Costa e a Velha Guarda da Portela. Lenine vai ser apresentar com a Orquestra Nacional da Île-de-France no dia 23 de junho, no Zenith de Paris. A dança do Grupo Corpo vai ocupar o Teatro do Champs-Elysées de Paris de 5 a 10 de abril, entre outras apresentações de dança. Entre as apresentações teatrais, o diretor Enrique Diaz leva A Paixão segundo GH e Coletivo Improviso, o grupo XIX de Teatro, Hysteria, Companhia Giramundo (marionetes), apresenta Pinóquio e Cobra Norato. O 7° Festival do Filme brasileiro, de 13 a 19 de abril, no Cinema Arlequim de Paris, fará uma homenagem à atriz Fernanda Montenegro e ao ator Paulo José. Na competição, estarão Quase Dois Irmãos, de Lucia Murat, Vida de Menina, de Helena Solberg, Cazuza, o tempo não para, de Sandra Werneck et Walter Carvalho, entre outros.

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