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Moscou cancela exposição em Londres por temer apreensão

Obras-primas, que seriam o foco da exposição no Royal Academy, são levadas de volta para a Rússia

Por Ansa
Atualização:

Por temer a apreensão de algumas obras-primas em disputa há mais de 90 anos na Justiça britânica, autoridades de Moscou anunciaram o cancelamento da mostra Da Rússia: obras-primas da arte francesa e russa 1870-1925, que iria ser realizada no Royal Academy, em Londres.   Segundo a agência russa Interfax, a imprensa britânica teria levantado a hipótese de apreensão de algumas das telas com base em processos judiciais movidos por descendentes de proprietários das obras no período pré-revolução russa.   "Por questões judiciais, a parte britânica não garantiu a restituição da mostra (ao governo russo), que compreende 120 obras-primas da arte russa e francesa provenientes de quatro museus: o Pushkin, o Hermitage, a galeria Tretiakov e o museu de São Petersburgo", explicou Irina Antonova, diretora do Pushkin, citada pela Interfax.   "As negociações sobre tais garantias foram concluídas sem sucesso, e foi tomada a decisão de levar as obras de arte de volta para a Rússia", continuou Irina.   A exposição, que acabou há pouco sua passagem por Dusseldorf, na Alemanha, deveria iniciar uma temporada em Londres no próximo dia 26 de janeiro e seria uma das principais atrações do Royal Academy.   O embaixador britânico em Moscou afirmou que Londres estará pronta a garantir a restituição das telas apenas após a Academia de Belas Artes britânica confirmar que as obras não fazem parte de alguma reivindicação judicial.   A polêmica vem à tona em meio a crescentes trocas de farpas entre Londres e Moscou. Os desentendimentos foram desencadeados pela recusa da Justiça russa em extraditar cidadãos do país acusados de envolvimento no envenenamento do ex-agente russo Alexander Litvinenko, morto na Inglaterra em 2006.   No último episódio da disputa, o governo russo fechou os escritórios do British Council em Moscou.

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