Morte de Whitney Houston pode não ser esclarecida, dizem peritos

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Por JILL SERJEANT
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Drogas? Bebida? Suicídio? Afogamento? A especulação sobre a causa da morte súbita de Whitney Houston começou logo que a cantora foi encontrada no sábado. Mas é preciso evitar conclusões precipitadas. Peritos médicos dizem que vai levar semanas para estabelecer de modo determinado a causa da morte de Whitney e, ao contrário do que mostram seriados de televisão, às vezes a ciência é falível. "Suspeito que a mídia popular tenha tornado os exames toxicológicos quase tão mágicos quanto todo o resto", disse à Reuters o Dr. Andrew Baker, presidente da Associação Nacional de Examinadores Médicos, dos Estados Unidos. "Tenho certeza de que há séries de TV em que eles esguicham sangue em uma máquina e cinco segundos depois obtêm um documento com todas as drogas que a pessoa tomou. (Mas) não funciona desse modo", disse Baker, que também é chefe do setor de exames médicos do Condado Hennepin, no Estado de Minnesota. Como foi o caso de Michael Jackson em 2009, ou da cantora britânica Amy Winehouse no ano passado, exames toxicológicos estão agora sendo feitos em Whitney e podem se passar até oito semanas para que deem um resultado. A suspeita inicial sobre a morte de Whitney aos 48 anos na tarde de sábado em um hotel de Beverly Hills era a de uma overdose de drogas, por causa do histórico dela de vício em drogas e álcool. "Primeiro achei que ela tivesse tido uma overdose de crack ou cocaína", disse Mark McBride, advogado de Beverly Hills. Uma autópsia foi realizada no domingo por legistas de Los Angeles e na segunda-feira a polícia confirmou que Whitney havia sido encontrada submersa em uma banheira. Medicação vendida sob prescrição também foi achada em seu quarto. O cunhado da cantora, Billy Watson, rejeitou que ela tivesse cometido suicídio. O dr. Baker, que não está envolvido na investigação da morte da cantora, disse que as autópsias iniciais são boas para estabelecer ou descartar causas de morte como trauma, doenças cardíacas, aneurisma ou rupturas do cérebro. "A autópsia deve descartar 95 por cento das coisas", disse. "Mas quando se trata de diagnosticar qualquer tipo de envenenamento ou intoxicação ou overdose, fica por conta dos exames de laboratório". AUTÓPSIA As autoridades de Los Angeles se recusam a divulgar os resultados da autópsia inicial de Whitney ou responder a qualquer especulação sobre por que ela morreu. "Por respeito à sra. Houston, eles querem estar certos quando anunciarem a causa da morte. Não querem participar na divulgação de informação errada", disse McBride. Mas algumas mortes nunca serão explicadas pela ciência. "Em casos de overdose medicamentosa, (algumas vezes) não se consegue dizer se foi acidente ou suicídio... Muitas pessoas tomam remédios em longo prazo e não se pode dizer o quanto são tolerantes. Muitas pessoas têm um histórico médico ambíguo, ou depressão ou precisam de medicação para dores", disse. (Reportagem de Jill Serjeant)

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