Morre o pistonista Araken Peixoto aos 77 anos

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Por AE
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O pistonista Araken Peixoto Barros morreu em sua casa, em Copacabana, zona sul do Rio. Ele tinha 77 anos, era diabético e sofreu uma parada cardíaca anteontem, no fim da tarde, de acordo com familiares. O músico, nascido em Niterói, era irmão do cantor Cauby Peixoto e se consagrou em apresentações com o seu trompete de pistons em casas noturnas do eixo Rio-São Paulo. Era adepto do lema boêmio: "O dia é para dormir." Ele é considerado o responsável por ter colocado os irmãos Cauby e Moacyr Peixoto (pianista, já morto) na carreira musical. Ele deixa a mulher Fátima e três filhos. Araken nasceu numa família amante do som. Os pais, Eleazário (conhecido como Cadete) e Alice, tocavam violão e bandolim, respectivamente. A irmã Andyara foi cantora. Ele era sobrinho do pianista Nonô (Romualdo Peixoto, o Chopin do samba) e primo do cantor Cyro Monteiro, apelidado de Formigão, cuja voz, cheia de ritmo, marcou época pela capacidade de modular e improvisar. Em 1957, Araken gravou com os irmãos o elepê Quando Os Peixotos Se Encontram. Lançaria um LP próprio, no entanto, somente em 1963: Drink. Drink era o nome de uma boate no Rio, que ele e os irmãos alugaram no começo dos anos 1960 para se apresentarem. Também tocou no Captain''s Bar, do Hotel Comodoro, em 1958, e no Hotel Claridge, entre 1959 a 1960, ambos em São Paulo, migrando depois para a antológica boate Au Bon Gourmet, onde na mesma década a bossa nova entoou os seus balanços e acordes. Em 1996, o selo Eldorado seria o responsável pelo lançamento em CD do álbum Um Pistom Dentro da Noite Volume 1. Nesse disco, ele interpreta obras de Tom Jobim, Cartola, Ari Barroso, Fernando Lobo. No ano seguinte, era a vez do Volume 2 - também pelo selo Eldorado -, cujas faixas registram interpretações de Gershwin, Michel Legrand, Quincy Jones e Cole Porter, entre outros. Embora nunca tenha passado pelos EUA, Araken adotou o estilo norte-americano de tocar: limpo e claro, dando uma sensação de que o som sai arredondado do bocal do instrumento. O enterro estava marcado para as 16h30 de ontem no Cemitério do Catumbi, no centro do Rio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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