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Morre o fotógrafo Henri Cartier-Bresson

Morre na França um dos mais importantes mestres da fotografia do século 20, e um dos pais do fotojornalismo Veja galeria de fotos Veja especial sobre retrospectiva do artista na Biblioteca Nacional de Paris, em 2003

Por Agencia Estado
Atualização:

O fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson, um dos mais importantes mestres da fotografia do século 20 e um dos pais do fotojornalismo, e que capturou imagens dos dramas humanos durante meio século, morreu aos 95 anos de idade, em l´Isle-sur-la-Sorgue, na França. Apesar de ter falecido na segunda-feira, só hoje, dia de seu enterro, é que sua morte foi divulgada pela imprensa francesa. "A câmera é um prolongamento de meus olhos", costumava dizer o fotógrafo que não gostava de flashes. Cartier-Bresson fotografou para as grandes revista do mundo, Life, Vogue, Harper´s Bazaar e seu trabalho inspirou gerações de fotógrafos. Ele fundou com Robert Capa a agência cooperativa de fotos Magnum, em 1947. Cartier-Bresson era como um tesouro nacional na França, e curiosamente completamente avesso a ser retratado ou conceder entrevistas. Seu estilo intimista o tornou um mestre indiscutível da escola francesa de fotografia. No ano passado, a Biblioteca Nacional, em Paris, abordou a vida e a obra de Cartier-Bresson, exibindo 350 de suas fotografias na retrospectiva De Quem Se Trata?. Também no ano passado, Cartier-Bresson, fundou com sua mulher Martine Franck, com quem foi casado por mais de 30 anos, a Fundação Henri Cartier-Bresson, a primeira dedicada à fotografia na França. Seja fotografando o funeral de Mahatma Gandhi, na Índia, ou o pintor Henri Matisse, em casa, Cartier-Bresson buscava representar o sentimento do momento com seu estilo clássico e sua composição geométrica. ?Em tudo que alguém faz deve existir uma relação entre o olho e o coração?, ele disse certa vez. ?Com o olho que está fechado, a pessoa olha para dentro, com o que está aberto, para fora.? Seu conceito se baseava no que ele descrevia como o ?momento decisivo?, com os elementos perfeitamente localizados. Cartier-Bresson registrou lugares, culturas e celebridades, políticos e desconhecidos que ficaram imortalizados em imagens feitas por ele. Cartier-Bresson criticava fotos montadas e dizia que os fotógrafos deveriam fazer seu trabalho de forma rápida e exata. Cartier-Bresson nasceu em 22 de agosto de 1908, em Chanteloup, nos arredores de Paris. Era filho de um industrial do ramo de tecidos. Em 1930, ele começou uma viagem por países europeus como Polônia, Áustria, Alemanha e Itália, entre outros, da qual resultou uma série de fotografias publicadas em diversas revistas. Sua primeira Leica, máquina que ajudou a notabilizar, foi comprada em 1932. E sua primeira exposição aconteceu em Madri em 1933. Suas brilhantes fotos dos anos 1930 mostram cenas urbanas. Os críticos dizem que sua foto mais brilhante é Atrás da Estação Saint-Lazare, que mostra um homem pulando uma poça d?água, com sua sombra refletida na água, formando uma perfeita simetria vertical. Autor de imagens-ícones como a cena de um menino carregando orgulhoso uma garrafa de vinho, os revolucionários chineses, a Guerra Civil Espanhola. Chegou a ser preso pelos alemães em 1940 e depois aliou-se à Resistência, fotografando depois a libertação francesa. Em 54, foi o primeiro fotógrafo ocidental a receber autorização para visitar a União Soviética. Cartier-Bresson também trabalhou no cinema como assistente do diretor francês Jean Renoir no clássico As Regras do Jogo, além de ter realizado dois documentários importantes, sobre a ajuda médica prestada aos partidários da Guerra Civil Espanhola, e sobre a volta para casa dos prisioneiros de guerra, com o fim da 2.ª Grande Guerra Mundial. Depois de fundar a Magnum, seu trabalho começou a ser exposto em galerias e museus ao redor do mundo. Em 1979, o melhor de seu trabalho foi exposto no Centro Internacional de Fotografia de Nova York e viajou durante três anos por 15 cidades dos Estados Unidos e México. Ele também escreveu vários livros, entre eles O Momento Decisivo, publicado em 1952. Nos últimos 25 anos, Cartier-Bresson se afastou da fotografia e abraçou seu primeiro amor, a pintura. Cartier-Bresson nasceu em 22 de gosto de 1908, em Chanteloup, nos arredores de Paris. Era filho de um industrial do ramo de tecidos. Ele deixa três filhos.

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