Morre o filósofo e economista Alain Etchegoyen

Dois dos livros de Etchegoyen, que tinha 55 anos, receberam importantes prêmios

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Por Agencia Estado
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O filósofo, professor e conselheiro político e econômico Alain Etchegoyen morreu na segunda-feira, 10, aos 55 anos, em conseqüência de um câncer, informou nesta quarta sua família. Muito envolvido na política francesa, um de seus últimos livros falava das eleições presidenciais de 22 de abril e 6 de maio na França. Em seu livro 10 Questions Auxquelles Le Prochain Président N´échappera Pas, Etchegoyen expunha os desafios políticos, econômicos e sociais que deverão ser enfrentados pelo sucessor ou sucessora do atual presidente francês, Jacques Chirac. O analista também indicou na obra Votre Devoir Est de Vous Taire: Carnets de Voyage En Politique Sous La Gauche Et Sous La Droite esperar que a presidência não caia nas mãos da candidata socialista Ségolène Royal. Autor de uma vasta obra, Etchegoyen trabalhou com o ex-ministro da Educação Claude Alegre - durante o Governo do socialista Lionel Jospin (1997-2002) - e foi nomeado em 2003 como titular do Commissariat Général du Plan pelo anterior primeiro-ministro conservador Jean-Pierre Raffarin. Nascido em 1951, em Lille, Etchegoyen tinha seis filhos e escreveu cerca de 20 livros ao longo da vida. Dois deles receberam prêmios importantes: La Valse Des Éthiques, que recebeu o Médicis de ensaio em 1991, e La Démocratie Malade Du Mesonge (1993), agraciada com o Grande Prêmio da Academia francesa. ´Prêt-à-penser´ O filósofo, que preferia o rótulo de "moralista" e "ensaísta", tinha várias relações tanto na direita como na esquerda, o que abriu as portas dos gabinetes ministeriais e dos conselhos de administração das empresas. Seus detratores diziam que Etchegoyen era especialista nos conceitos "prêt-à-penser" ("prontos para pensar"). Para o autor, o uso muito freqüente de várias palavras com conteúdo mal definido dentro da empresa é contraproducente. Por isso, era defensor de que a filosofia entrasse nas empresas para que cada um pense nas palavras que usa e utilize aquelas que reflitam melhor seu pensamento, segundo o livro Les Entreprises Ont-Elles Une Âme? (1990). Mas também se interessava por outros aspectos mais íntimos do ser humano, como a fidelidade (La Force de La Fidèlité: Dans Un Monde Infidèle) e a comunicação (Eloge de La Communication Insupportable).

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