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Morre o escultor Xico Stockinger em Porto Alegre

Obra foi referencial da escultura brasileira, representando preferencialmente guerreiros, touros e mulher

Por Elder Ogliari
Atualização:

O artista plástico Xico Stockinger morreu na noite de domingo, aos 89 anos, de parada cardíaca, enquanto dormia, em casa, em Porto Alegre. Reconhecido como mestre em sua técnica, o artista viu sua obra percorrer o mundo como referencial da escultura brasileira representando preferencialmente em guerreiros, touros e mulheres. E também deixou estátuas e painéis em praças públicas da capital gaúcha e de São Paulo. O corpo foi velado no Museu de Artes do Rio Grande do Sul (Margs) a cerimônia de cremação de seu corpo foi marcada para o final da tarde desta segunda-feira, 13.

 

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Nascido em Traun, na Áustria, em 7 de agosto de 1919, Francisco Stockinger emigrou com a família para Santo Anastácio, no interior de São Paulo, em 1921, quando tinha 2 anos. Em 1929 foi morar na capital paulista e em 1937 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde fez cursos na área da aviação e diplomou-se em meteorologia. Começou seus estudos artísticos no Liceu de Artes e Ofícios em 1946 e no ano seguinte passou a trabalhar no estúdio de Bruno Giorgi.

 

Depois do conviver com nomes como Di Cavalcanti, Milton Dacosta e Iberê Camargo na então capital federal, optou por ir viver em Porto Alegre, em 1954. Na capital gaúcha, foi diagramador e ilustrador de jornais, naturalizou-se brasileiro em 1956, e consolidou sua carreira artística.

 

Nos anos 60, suas séries de guerreiros em ferro e madeira foram associadas à resistência ao regime militar, enquanto os gabirus, figuras de retirantes nordestinos esculpidas em bronze, foram interpretadas como um grito contra a miséria. Entre as obras públicas de  Stockinger estão um painel com touros, guerreiros e "sobreviventes" no acesso ao Túnel da Conceição, e um conjunto de duas estátuas, representando Carlos Drummond de Andrade lendo para Mário Quintana, na Praça da Alfândega, em Porto Alegre.

 

Além de exposições individuais e coletivas em diversas capitais brasileiras e da participação em diversas Bienais de São Paulo, o artista exibiu suas obras em Paris, Praga, Lisboa, México, Budapeste e Roma.

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