O escritor venezuelano Arturo Uslar Pietri morreu ontem em Caracas, aos 94 anos, em conseqüência de um enfarte, apesar de ter padecido durante um ano de câncer nos ossos. Segundo o escritor e diplomata chileno António Skármeta, ele era "um fundador fértil dos caminhos da literatura latino-americana". Para Skármeta, "Quando se fala da literatura da violência da América Latina, especialmente entre colombianos e venezuelanos e do universo de romances sobre caudilhos, como as de Gabriel García Márquez, é preciso voltar a Pietri e a seus personagens, tanto em Las Lanzas Coloradas quanto em El Camino a El Dorado (O Caminho para Eldorado), dois clássicos da literatura latino-americana". A morte do escritor comoveu a Venezuela. Autor de 70 romances, peças de teatro e mais de 2,5 mil artigos publicados em jornais, durante mais de 50 anos, especialmente no El Nacional. Ocupou vários cargos públicos na Suprema Corte de Justiça, no Ministério da Educação e das Relações Interiores, chegando até a candidatar-se à presidência do país, em 1963. Com a derrota, retirou-se da política e nos últimos anos era um dos grande críticos do governo do presidente Hugo Chávez.