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Morre o bailarino espanhol Antonio Gades

Por Agencia Estado
Atualização:

O bailarino espanhol Antonio Gades, que revolucionou a coreografia tradicional do flamenco, com criações como Bodas de Sangue e Carmen, filmadas por Carlos Saura, morreu hoje em Madrid. Tinha 67 anos. Gades morreu após uma longa batalha contra um câncer, ao lado de suas três filhas e de sua última esposa Eugenia, segundo informou um porta-voz do hospital onde ele estava internado. Antonio Gades nasceu em 14 de novembro de 1936, em Elda, próximo de Valência, no mar Mediterâneo. Aos 20 anos ele já era o líder de um grupo de dança espanhol, criando sua própria companhia e tornando-se famoso em todo o mundo, ao levar as coreografias Bodas de Sangue e Carmen, aos principais palcos internacionais, como o Scala de Milão ou o Metropolitan de Nova York, e se apresentou muitas vezes em Cuba, já que tinha uma grande amizade com a bailarina cubana Alicia Alonso. Suas coreografias tornaram-se clássicas ao serem levadas às telas pelo cineasta Carlos Saura, considerado o diretor mais importante e mais espanhol de sua geração. Diretor e bailarino criaram a trilogia Bodas de Sangue, filmado em 1981, com Gades dançando com Cristina Hoyos; Carmen, em 1983, com Laura del Sol, ganhou uma indicação ao Oscar como melhor filme estrangeiro. Laura foi sua parceira também em O Amor Bruxo, de 1986. Gades deixa inacabada sua coreografia para Dom Quixote. Ele foi diretor do Balé Nacional, companhia com a qual encenou, entre outras coreografias, Fuenteovejuna, há dois anos no Teatro Real de Madrid. Uma das principais características de sua dança é a relação com a literatura, ao representar obras de autores como García Lorca, Lope de Vega ou Mérimée. O porta-voz do Hospital Gregorio Maranon, de Madrid, não especificou a causa de sua morte. A agência de notícias espanhola EFE noticiou que ele morreu de câncer. Gades será cremado, segundo sua viúva e suas filhas informaram à agência noticiosa. O funeral será privado. O porta-voz da família disse que Gades pediu à sua mulher Eugenia Eiriz para transmitir, após sua morte "seu mais sincero agradecimento a todos que o admiraram e apoiaram seu trabalho e especialmente para aqueles que o acompanharam durante o final da sua vida".

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