
30 de novembro de 2010 | 00h00
Nielsen nasceu em Regina, Saskatchewan, Canadá, filho de um canadense de origem dinamarquesa e de uma galesa. O curioso é que, durante muito tempo, tentou fazer carreira como ator dramático. Desta maneira, apareceu em filmes cultuados como O Planeta Proibido, de Fred M. Wilcox, nos anos 1950, e O Destino do Poseidon, de Ronald Neame, no começo dos 70. Pouquíssima gente deve se lembrar disso. Nielsen era daqueles coadjuvantes opacos, que não chamavam atenção.
A guinada ocorreu no começo dos anos 1980, quando foi convidado para fazer o médico maluco de Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu, do trio Jim Abrahams e David e Jerry Zucker. Nascia ali mais do que simplesmente uma franquia. Além de ser uma gozação aos filmes da série Aeroporto, Apertem os Cintos inaugurou um formato, o besteirol, em que o filme não conta propriamente uma história, mas vira uma sucessão de piadas parodiando obras de sucesso (de diversos gêneros e até estilos). No mesmo formato, Nielsen fez o tenente Frank Drebin de Corra Que a Polícia Vem aí, assinado por apenas um dos diretores de Apertem os Cintos, David Zucker.
Nos anos e décadas seguintes, o ator continuou investindo nessa nova carreira que o humor lhe descortinou. Virou uma celebridade. Drácula, Morto Mas Feliz, de Mel Brooks; A Repossuída, com Linda Blair; e até Mr. Magoo, de Stanley Tong, contam-se entre os seus êxitos. O que havia nele de mais notável era uma característica herdada de Buster Keaton, que passou à história como o homem que nunca ria. O tipo de personagem interpretado por Leslie Nielsen era o aparvalhado que nunca tinha consciência das confusões que provocava.
Ele era capaz de derrubar o mundo, mas olhava para a câmera com seriedade, até candura, como se nada estivesse ocorrendo. O público de todas as idades o adorava. No domingo, informaram amigos e familiares, ele simplesmente adormeceu e morreu. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
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