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Morre o ator Gerson de Abreu

Por Agencia Estado
Atualização:

Morreu hoje, aos 37 anos, o ator Gerson de Abreu. O ator sofreu um enfarte fulminante às 11h30, em sua casa na cidade de Iguape, no litoral de São Paulo. Irreverente, o ex-vendedor de móveis teve sua primeira aparição na TV no extinto É Proibido Colar, na Cultura. Ele se destacou na platéia e acabou chamando a atenção da direção da emissora, que o convidou para trabalhar na casa, como repórter do programa Tempo de Verão. Depois veio o Caleidoscópio e também Sábado Vivo. "Ele nunca teve problemas de saúde, sempre fazia exames e nunca teve pressão ou colesterol alto", disse sua mulher, Patrícia. Pai de três filhos, Théo, de 7 anos, Paula, de 8, e Fernanda, de 11, ele encontrou, justamente com as crianças, a sintonia perfeita de sua carreira na TV. No terreno infantil começou manipulando bonecos no Bambalalão, da Cultura, onde permaneceu por 6 anos. Mas foi o X- Tudo, entre 1991 e 1994, que lhe deu espaço e reconhecimento na TV. Contracenando com bonecos, Gerson ensinava experiências e receitas à criançada, sempre com bom humor e muita paciência. A paixão pelo universo infantil fez o ator cursar faculdade de pedagogia e psicologia. Costumava brincar que trabalharia para as crianças até quando perdesse o ritmo delas - "Tenho medo de virar o tio babaca da TV", dizia. Em abril de 1995, foi parar na Record, estrelando o infantil Agente G. Foram dois anos no comando de um programa infantil de qualidade. Em 98, na mesma Record, fez Vila Esperança. Ele era o Ti Du, o proprietário de uma mercearia e que gostava de falar de cinema, teatro, fotografia e literatura. Por falta de patrocínio, o programa encerrou carreira após um ano e meio de exibição. Fissurado por TV, o ator tinha um projeto de um novo programa, o Condomínio da Alegria, que estava sendo negociado com a TV a cabo. Teatro - Decidido a interpretar o cantor Vicente Celestino, na peça Acorde Celestinos, de Carlos Alberto Soffredini, o ator paulista chegou a se internar no spa Sorocaba. Estava disposto a emagrecer 50 quilos dos seus atuais 150. Um de seu maiores sucessos nos palcos foi Almanaque Brasil, em 94, em que revivia a era de ouro do rádio no Brasil. A última peça de Gerson foi Gato Preto, com Rosi Campos, que esteve em cartaz até junho e tinha a previsão de voltar em agosto. A comédia musical recriava o clima dos cabarés do fim do século 19 e início do 20, com roteiro do próprio grupo. O sucesso com musicais lhe rendeu um papel de radialista na minissérie Aquarela do Brasil, na TV Globo. O diretor Fernando Gomes, de Ilha Rá-Tim-Bum, era amigo de Gerson de Abreu desde 1986 e contracenou com o ator em Bambalalão e X-Tudo. "Trabalhar com ele sempre foi muito divertido", disse. "Com ele, não havia mau humor nem cansaço. Era tudo muito fácil." O enterro será amanhã, às 10 horas, no cemitério de Iguape.

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