Morre no Rio o escultor Franz Weissman

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Por Agencia Estado
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O escultor Franz Weissman morreu hoje, às 13h30, em sua casa, em Ipanema, na zona sul do Rio, de insuficiência cardíaca. Ele tinha 93 anos e morava no Brasil há mais se seis décadas. Weisman já havia sofrido um enfarte e, na semana passada, teve uma pneumonia. Seu corpo será cremado amanhã, no Memorial do Carmo, no Caju. Por determinação dele, em vida, não haverá velório, mas sua filha, Waltraudi Weissman, e outros parentes estarão lá. Nascido em Knittelfeld, Áustria, em 1914, e em 1924 veio com a família para o Brasil. Estudou na Escola Nacional de Belas Artes no Rio de 1939 a 1941, depois estudou desenho e escultura com August Zamoysky e em 1945 mudou-se para Belo Horizonte, onde deu aulas de desenho e escultura na escola de Alberto Guignard. Em 1950, realizou suas primeiras esculturas geométricas. Foi um dos nomes importantes daquele momento efervescente da abstração e do concretismo que marcou a arte brasileira nos anos 50. Já de volta ao Rio, participou do Grupo Frente, fundado em 1954, e formado inicialmente por Lygia Clark, Hélio Oiticica, Abraão Palatnik, Ivan Serpa, Lygia Pape, entre outros. Os teóricos do grupo eram o crítico Mario Pedrosa, e o poeta e crítico de arte Ferreira Gullar. O concretismo ia se firmando no Rio, com o Grupo Frente e em São Paulo, com o Grupo Ruptura, que surgiu um pouco antes, em 1952, ano em que aconteceu uma exposição histórica no MAM de São Paulo e foi lançado um manifesto, conhecido como Manifesto Ruptura, e que era o manifesto da arte concreta/abstrata. Weissman participou de várias Bienais Internacionais de São Paulo, tendo obtido o Segundo Prêmio de Escultura na II Bienal, o Prêmio de Melhor escultor Nacional na IV Bienal e participado com a sala especial "Em busca da essência: elementos de redução na arte brasileira na VII Bienal. Assinou o Manifesto Neoconcreto de 1959 e participou da I Exposição de Arte Neoconcreta no Rio e em Salvador. Nesse ano, viajou para a Europa com bolsa de estudos e no ano seguinte, participou da II Exposição de Arte Neoconcreta no Rio e em São Paulo, e da mostra Koncrete Kunst, em Zurique. Em 1961, viveu entre a França e a Espanha. Nos anos 1960, sempre distante do rigor geométrico do concretismo, realizou trabalhos com chapas de metais amassados. Participou da XI Bienal de Escultura ao Ar Livre de Antuérpia, Bélgica, realizada em 1971. Quatro anos depois recebeu o prêmio melhor escultor na coletiva Panorama da Arte Atual Brasileira: Escultura e Objeto no Mam-SP. Em 1979, expôs no Instituto dos Arquitetos do Brasil, Rio de Janeiro. Em 1993, recebe o Prêmio Nacional de Arte do Ministério da Cultura e participou da Bienal Brasil Século XX.

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