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Morre no Rio a escritora Rachel de Queiroz

Autora de O Quinze e Memorial de Maria Moura, Rachel foi a primeira mulher a entrar para a ABL. Morreu dormindo, aos 92 anos Leia sua última crônica publicada no Estado

Por Agencia Estado
Atualização:

Morreu hoje no Rio a escritora Rachel de Queiroz, aos 92 anos. Segundo sua irmã, Maria Luiza, Rachel passou bem o dia de ontem e amanheceu morta. "Foi melhor assim, porque ela não sofreu. Ontem mesmo perguntei como ela estava, e ela respondeu que só não estava melhor porque não estava no Ceará". Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza, Ceará, em 17 de novembro de 1910 e teve seu primeiro livro, O Quinze, publicado em agosto 1930. Escrito durante uma suspeita de tuberculose e publicado com a ajuda financeira do pai, o livro causou grande impacto nos círculos literários. É uma das obras inaugurais do romance regionalista brasileiro. Mas a própria escritora jurava tratar-se de "uma obra juvenil": "Eu era quase uma garota, e isso se reflete no livro", disse certaz vez ao Estado, jornal em que assinava uma coluna semanal. Assim como O Quinze, também suas obras seguintes não chegavam a contentá-la. E foram muitas, entre romances, contos e crônicas: Memorial de Maria Moura, Três Marias, Dôra, Doralina, O Galo de Ouro, O Homem e o Tempo, Andira, A Casa do Morro Branco, Falso Mar, Falso Mundo, João Miguel, Xerimbabo e, entre outras, Memórias de Menina, lançado em 2003. "Encontro má disposição de frases, subliteratura; sou uma crítica muito feroz do meu trabalho", dizia. A despeito de suas próprias censuras, já com O Quinze Rachel alcançou lugar de destaque na literatura brasileira. Acabou tornando-se a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras, em 1977, ocupando a cadeira de número 5. É na ABL que ser corpo será velado hoje. O enterro, contudo, não será no mausoléu da casa, mas sim junto ao túmulo do marido, no cemitério São João Baptista.

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