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Morre em SP o pintor Tikashi Fukushima

Por Agencia Estado
Atualização:

Morreu no domingo em São Paulo o artista plástico Tikashi Fukushima, aos 81 anos. Nascido em Kashima, no norte do Japão, em 19 de janeiro de 1920, Fukushima veio para o Brasil em 1940, com receio da entrada de seu país na 2.ª Guerra. Segundo seu filho, Takashi Fukushima, também artista plástico e professor universitário, Fukushima fora internado na quarta-feira com suspeita de enfarte no Hospital Santa Cruz. Foi submetido a uma angioplastia e, à meia-noite de domingo, não resistiu. O pintor e artista plástico, que participou da primeira Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, teve a história de sua vida e sua arte publicados em livro, recentemente. Fukushima por Fukushima, editado pela Imprensa Oficial do Estado, foi escrito pelo filho, Takashi, como tese de mestrado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Fukushima também organizou uma minirretrospectiva da obra do pai na Pinacoteca do Estado, em janeiro, por ocasião do lançamento do livro. Quando chegou do Japão, Fukushima morou em Lins, no interior de São Paulo. Veio depois para a capital, abrindo uma molduraria na zona sul. Entre seus clientes, que levavam quadros para que ele emoldurasse, estavam Lasar Segall, Aldo Bonadei, Inimá de Paula, entre outros. Ali nas imediações do Largo Guanabara, no Paraíso, onde vivia, reuniu um grupo de pintores de origem japonesa, naquele que ficou conhecido como o Grupo Guanabara. Entre eles, estavam Yoshiya Takaoka (1909-1978), Yuji Tamaki (1916-1979), Tomoo Handa (1906-1996),Valter Shigeto Tanaka (1910-1970), Takeshi Suzuki (1908-1987), Hajime Higaki (1908), Kenjiro Massuda (1915-1960) e Jorge Mori. Além do time nipônico, outros artistas importantes ingressaram no grupo, como Arcangelo Ianelli. Retratavam, em geral, marinhas, casarios e naturezas-mortas. A última exposição do Guanabara foi realizada em 1959. Logo a seguir, todos os artistas daquele grupo passaram para a pintura abstrata. "Ao chegar ao Brasil, ele não tinha realizado até então nenhuma atividade artística", lembra o filho, Takashi. "Começou aqui no Brasil." Fukushima era um imigrante comum, diz o filho. Só não começou a trabalhar na lavoura porque arrumou um emprego num armazém de secos e molhados. Nos intervalos do trabalho, desenhava.

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