Morre em São Paulo o radialista Randal Juliano

Jornalista de longa trajetória pelo rádio e pela televisão paulista, Randal foi enterrado em São Paulo

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Por Agencia Estado
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Morreu nesta segunda-feira, aos 81 anos, o jornalista e radialista Randal Juliano, por causas ainda não esclarecidas. Ele foi enterrado nesta segunda mesmo, no Cemitério São Paulo, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Randal apresentou os programas Show da Manhã e São Paulo Agora, da Rádio Jovem Pan. Na década de 1990, apresentou os jornais da Rádio USP e foi professor de comunicação das Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAM) e da Universidade São Judas Tadeu. A relação de Randal com o rádio começou em 1944, na Rádio Panamericana de São Paulo, e terminou em 1995, na Rádio USP. Dividido entre a apresentação dos musicais e a locução de esportivos, Randal permaneceu no cast da Jovem Pan até 1986, quando resolveu se dedicar apenas às gravações da TV Cultura, onde começou a trabalhar em 1982, como animador do ?Vestibular da Canção?, uma competição musical disputada por colégios da Capital. Em 1990 Randal foi para a Gazeta, primeiro como âncora do ?Jornal da Gazeta?, depois como diretor de jornalismo. ?Assisti à maior demissão em cadeia da televisão brasileira?, recorda. Randal só deixou a telinha para freqüentar a Faculdade de Filosofia da USP, que concluiu em 1995. ?Percebi que estava ultrapassado, então resolvi enfrentar as apostilas de cursinho?, conta. O veterano homem de rádio e TV deixou a profissão em 1991, sentindo-se ultrapassado. Foi para a faculdade, formou-se em Filosofia. Passagem polêmica No final da década de 1960, Randal Juliano comandava um quadro do programa Guerra é Guerra, da TV Record, e apresentava Astros do Disco, que contava com a participação de cantores da Jovem Guarda e do Tropicalismo. Na ocasião, em 1968, logo após a edição do AI-5, Randal leu e comentou uma nota de jornal que noticiava que Caetano e Gil haviam provocado baderna na casa noturna Sucata, do Rio, e cantado o Hino Nacional com uma letra obscena. Em 1992, Caetano Veloso declarou em entrevista ao Caderno 2 do Estado de S. Paulo que o comentário de Randal havia precipitado sua prisão e a de Gilberto Gil - e o posterior exílio de ambos em Londres. "Minha intenção foi esculhambar um cara que desrespeitou o Hino, coisa que repetiria hoje", disse Randal ao Estadão no mesmo ano. Dias depois, ele foi entrevistado por Jô Soares no programa Jô Soares Onze e Meia, do SBT. "Se eu adivinhasse, se eu intuísse, seu eu percebesse, se eu tivesse uma premonição qualquer, ou um aviso vindo de qualquer lugar desse mundo, de outro mundo, que os fatos aconteceriam da maneira como aconteceram, eu não teria feito aquele comentário", disse Randal. ?Depois, descobri que aquilo havia sido plantado?, comentou.

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