
14 de setembro de 2010 | 08h53
Desenhista, gravador, pintor e professor, Wesley Duke Lee nasceu em 21 de dezembro de 1931. A década de 1960 foi especial para o artista, um dos introdutores da Nova Figuração no Brasil. Na época, ele promoveu ações polêmicas que se tornaram emblemáticas de sua carreira, como a realização do happening O Grande Espetáculo das Artes, em outubro de 1963, no João Sebastião Bar, na Rua Major Sertório, em São Paulo - apresentou para uma multidão desenhos eróticos de sua famosa Série das Ligas vistos com lanternas em meio a um strip-tease -; a criação, em 1966, da Rex Gallery com os artistas Geraldo de Barros, Nelson Leirner, José Resende, Carlos Fajardo e Frederico Nasser; ou ainda de trabalhos/ambientes que são considerados as primeiras experimentações do que hoje conhecemos por instalação, como Trapézio (1966) e Helicóptero (1969).
Neste momento, duas iniciativas felizes homenageiam o artista. Em julho, o marchand Max Perlingeiro, diretor da Pinakotheke Cultural, inaugurou a mostra Wesley Duke Lee na sede da instituição, no Rio, com 65 desenhos, pinturas, "obras ambientais" e objetos realizados pelo criador entre 1952 e 1999 - acompanhando a exposição, foi lançado amplo livro. A mostra, que fica em cartaz no Rio até 2 de outubro, virá para o espaço da Pinakotheke em São Paulo, ficando em cartaz entre 23 de outubro (coincidentemente, a mesma data em que Wesley realizou O Grande Espetáculo das Artes, em 63) e 5 de dezembro.
Curioso ainda é que Perlingeiro emprestou uma das obras da exposição, o tríptico O Nome do Cadeado É: As Circunstâncias e Seus Guardiães, de 1966, para a sala com curadoria de Fernanda Lopes que a 29.ª Bienal de São Paulo vai dedicar ao Grupo Rex. A Rex Gallery movimentou a cena de São Paulo entre junho de 1966 e maio de 1967 com happenings, mostras e evocações de uma maneira alternativa de se fazer mercado. A última retrospectiva do artista ocorreu em 1992, no Masp e no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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