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Moda em NY brilha após ano sombrio

Com cerca de cem marcas mostrando coleções de verão, a New York Fashion Week voltou a ser o que era antes, com balanço favorável e destaque para a moda praia brasileira da Rosa Chá

Por Agencia Estado
Atualização:

A moda nova-iorquina reage depois do ano sombrio que se seguiu aos atentados terroristas de 2001. A New York Fashion Week voltou ao seu tamanho normal, com cerca de cem marcas mostrando coleções de verão, resgatando também parte do glamour e da badalação que acompanharam o evento nos anos 90. Nas passarelas, o que se viu foram roupas que apontam para uma estação leve e alegre, em que estilistas mantêm um pé no seguro em suas criações, apesar de ampliar seus leques de opções. Os brasileiros marcaram presença com a moda praia da Rosa Chá que, com a ajuda de Naomi Campbell, atraiu celebridades do calibre de Bono Vox e Donald Trump, e a estréia de Carlos Miele, que não causou tanto barulho quanto foi anunciado. O estilista, que havia mostrado anteriormente em Londres, elege a cidade como sua base principal de lançamentos e abre uma loja na região do Meat Market. O desfile que já havia sido apresentado na Fashion Rio, recheado de referências indígenas, não chegou a ter uma repercussão forte na imprensa internacional. A reação da moda americana não quer dizer, no entanto, que a temporada trouxe muitas idéias frescas ou revolucionárias - afinal, o mercado ainda está retraído e ninguém quer arriscar muito. Calvin Klein, cujo repetitivo minimalismo atraiu nesta temporada nomes como Gwyneth Paltrow e Sandra Bullock, usa tons suaves de azul, marfim e salmão para fazer peças discretamente sexy, como chameuses floridos de seda e vestidos longos de chiffon (hit da temporada, adiantado desde o São Paulo Fashion Week). O sportswear apareceu em vestidos-camisa e jaquetas oversized. Donna Karan, por sua vez, mostrou um festival de ternos inspirados nas formas dos anos 40, vestidos com grandes estampas coloridas e até quimonos de cetim. Ralph Lauren construiu um cenário lúdico (uma tenda com almofadas armada nos jardins de um museu) para mostrar que o romantismo ainda não datou. Peças em couro com estampa tipo papel-de-parede, vestidos de chiffon e uma saia longuíssima de jeans destruído apareceram na passarela. Sempre delicado, Marc Jacobs apostou no retrô ao criar "cocktail dresses" de cetim e renda e saias que misturavam tecidos leves como cetim com tweed - tudo cheio de lacinhos e outros detalhes. Entre os estilistas alternativos, a marca Imitation of Christ deu continuidade ao esquema de performances que marca seus lançamentos. Novamente modelos e público trocaram de lado, com modelos (figurantes?) conversando sentadas em cadeiras enquanto eram observadas pelo público - que a essas alturas já está um pouco cansado da estratégia teatral. A roupa deixa de ser uma colagem de peças de brechó para ganhar um tom mais causal, com vestidos-suéter e saias tubo - sempre com a influência anos 80 de "Flashdance". Miguel Adrover voltou à Semana de Moda com embalagem politizada (vale lembrar que ele havia se inspirado nas culturas árabes logo antes dos atentados terroristas). Um dos vestidos trazia o logo da ONU, enquanto túnicas resgatavam a alfaiataria que já marcou outras coleções do estilista. O nome que vai ficar a partir desta temporada é o de Zac Posen, de 22 anos, que desfilou pela segunda vez na cidade. O estilista, que já foi chamado de "o novo Marc Jacobs", levou Naomi Campbell e Karolina Kurkova para a passarela e Natalie Portman e Julianne Moore para a platéia. Sua coleção baseada em cores como o bege e o cáqui foi marcada por saias fluidas, blusas com estampas florais e delicados drapeados.

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