Moacyr Scliar vence Prêmio Jabuti de melhor romance

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Por AE
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O universo religioso inspirado no relato do Gênesis, História de Judá e de Tamar que compõe a trama de "Manual da Paixão Solitária" (Companhia das Letras) foi anunciado ontem como o vencedor na categoria romance do 51º Prêmio Jabuti, o mais prestigioso da literatura nacional. Com isso, seu autor, Moacyr Scliar, receberá o prêmio de R$ 3 mil a ser entregue em cerimônia marcada para o dia 4 de novembro, na Sala São Paulo, quando também serão anunciados os vencedores do livro do ano ficção e o livro do ano não-ficção; cada um receberá R$ 30 mil.O livro de Scliar mostra como, em um congresso de estudos bíblicos, um famoso professor e sua rival evocam, em momentos diferentes, duas figuras singulares: o jovem Shelá e a mulher por quem ele está apaixonado, Tamar. "A adoção de dois pontos de vista narrativos é o típico caso em que um personagem como a Tamar pode ser vista como vilã ou heroína", disse Scliar ao Estado no ano passado, quando o livro foi lançado. Os outros romances finalistas foram "Órfãos do Eldorado" (Cia. das Letras), de Milton Hatoum, e, em terceiro, "Cordilheira" (Cia. das Letras), de Daniel Galera.Já a provocação de outro gaúcho, Fabrício Carpinejar, foi a grande vencedora na categoria de contos e crônicas. "Canalha!" (Bertrand Brasil) é, como diz seu subtítulo, um retrato poético e divertido do homem contemporâneo. Em segundo lugar ficou "Ostra Feliz Não Faz Pérola" (Planeta do Brasil), de Rubem Alves, seguido de "Os Comes e Bebes nos Velórios das Gerais e Outras Histórias" (Auana Editora), de Déa Rodrigues da Cunha Rocha."Dois em Um" (Iluminuras), que reúne toda a produção poética de Alice Ruiz durante a década de 1980, foi eleito o melhor de poesia, seguido de "Antigos e Soltos: Poemas e Prosas da Pasta Rosa", edição do Instituto Moreira Salles. No terceiro lugar, houve empate entre "Cinemateca" (Cia. das Letras), de Eucanaã Ferraz, e "Outros Barulhos" (edição do autor), de Reynaldo Bessa. A pesquisadora Lilia Moritz Schwarcz foi premiada como autora da melhor biografia, por "O Sol do Brasil" (Companhia das Letras), ensaio alentado sobre a vida e a obra do pintor francês Nicolas-Antoine Taunay. Entre os tradutores, o trabalho de Marise Moassaba Curioni no livro "A Morte de Empédocles" (Iluminuras), de Friedrich Hölderlin, foi apontado como o melhor do ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.Os PrincipaisRomance: Manual da Paixão Solitária, de Moacyr Scliar;Poesia: Dois em Um, de Alice Ruiz;Contos e Crônicas: Canalha!, de Fabrício Carpinejar;Biografia: O Sol do Brasil, de Lilia Moritz Schwarcz;Tradução: A Morte de Empédocles, de Friedrich Hölderlin (Marise Moassaba Curioni).

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