Moacir Scliar quer vaga na ABL

O escritor gaúcho vai se candidatar à cadeira que pertenceu ao mineiro Geraldo França de Lima, que morreu no domingo

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O escritor gaúcho Moacir Scliar vai se candidatar à cadeira nº 31 da Academia Brasileira de Letras, ocupada até domingo passado pelo escritor mineiro Geraldo França de Lima. Ele pretende mandar sua carta de inscrição ainda hoje, logo após a sessão da saudade, em que o posto é declarado vago. "Há muito, os amigos vêm insistindo nesse ponto, pois acham que o Rio Grande do Sul precisa ter presença maior na Casa de Machado de Assis", disse Scliar. "Apesar de haver dois gaúchos importantes lá, o poeta Carlos Nejar e o jurista Raymundo Faoro, há um algum desacerto entre nosso Estado e a ABL, pois o poeta Mário Quintana candidatou-se duas vezes e perdeu." O prazo para inscrição de candidatos vai até 27 de maio, mas seu principal concorrente, o escritor e roteirista José Louzeiro, desistiu de sua inscrição em favor de Scliar. Na semana passada, ele teve dez votos no pleito que elegeu o professor e crítico literário Alfredo Bosi e acha que retomar a candidatura agora seria prematuro. "Além disso, os dois são muito amigos, e o Louzeiro pretende fazer campanha para o Scliar, transferindo, se possível, os votos que teve para ele", adiantou o agente literário de Louzeiro, Alexandre Carlos Teixeira. Scliar é médico sanitarista, professor da Faculdade Federal de Ciências Médicas do Rio Grande do Rul e colaborador o jornal Zero Hora, de Porto Alegre. Escreveu 62 livros, entre romances, literatura infanto-juvenil e ensaios. O mais conhecido é O Centauro no Jardim, traduzido em mais de dez idiomas. Apesar de morar na capital gaúcha, ele pretende fazer as visitas de praxe da campanha à imortalidade. "Há vários acadêmicos da minha geração, como João Ubaldo Ribeiro, Lygia Fagundes Telles e Nélida Piñon. É uma ambiente que me agrada e onde me sentiria bem", comentou ele. "No mínimo, vou conhecer pessoalmente figuras lendárias da cultura brasileira."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.