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Ministério Público cobra indenização da Record

O motivo é a exploração da imagem de uma criança com câncer no programa de Sônia Abrão, em agosto do ano passado

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério Público entrou na segunda-feira com uma ação civil pública contra a Record. Motivo: a exploração da imagem de uma criança com câncer no programa de Sônia Abrão, em agosto passado. Segundo o procurador Sergio Suiama, a ação pede que a emissora pague uma indenização moral coletiva no valor de de R$ 4 milhões, 0,5% do que a Record fatura em um ano. O dinheiro seria destinado a um fundo público de preservação dos direitos humanos. "Soubemos do abuso, pedimos as fitas com as imagens e tentamos várias negociações com a Record antes de entrarmos com a ação. Em nenhuma obtivemos sucesso", fala Suiama. "A Record se recusava a assinar um compromisso de não explorar mais imagens de crianças, nem queria exibir vídeos independentes de ONGs sobre a proteção dos direitos das crianças, como uma espécie de penalização pelo ocorrido." Na época, sob o pretexto de arrecadar fundos para uma instituição que cuida de crianças com câncer, o programa de Sônia Abrão - hoje no ar pela RedeTV! - colocou em cena um garoto doente, que chorava diante das câmeras enquanto sua cabeça era raspada. Detalhe: com a mesma trilha sonora que embalava cena semelhante na ficção de Camila, personagem com leucemia vivida por Carolina Dieckmann em Laços de Família, que na ocasião vinha sendo reprisada no Vale a Pena Ver de Novo, na Globo. Além da ação, o MP entrou com uma liminar pedindo à União que instale uma fiscalização no caso, pois se trata de uma concessão pública cometendo abusos. Segundo o procurador, a emissora deve levar ainda alguns dias para ser citada no caso. A Record, por meio de sua Assessoria de Imprensa, diz que ainda não foi notificada da ação.

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