Milão louva anos 80 e relê os 50

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Por Agencia Estado
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Milão também ferveu na temporada de desfiles Primavera-Verão. Estavam lá as principais marcas levando as mulheres à loucura: Gucci, Prada, Dolce & Gabbana, Armani, entre outras deram uma idéia do que vai ser o próximo verão europeu. O que se viu foi uma releitura de décadas passadas. A lembrança do que foram os anos 80 e o new look dos anos 50, estavam em quase todas as coleções. A androginia e a sensualidade também estão presentes. Nos tecidos, domínio do jérsei. Para os pés, escarpins e muito plástico. Foi a despedida de Tom Ford da Gucci. O estilista assume a direção do prêt-à-porter de Yves Saint Laurent. Mostrou uma moda mais moderna e menos efusiva que da temporada passada. O sexy, marca registrada da Gucci, continua lá, mas desta vez de uma forma que relembra valores masculinos. As calças são largas e com bolsos em cetim, e os modelos aparecem mais esportivos. Nos tecidos o couro preto, seda e gaze. Por cima de um sutiã, que ao invés de valorizar, deixa os seios achatados e masculinizados, uma capa com volume exagerado. A coleção continua com vestidos tomara-que-caia em forma de corselet (a la Dolce & Gabbana), usados com superposições, capas de vinil brilhosas em preto e branco, e lindos escarpins com design futurista. Os seios ficam em evidência e a sensualidade aparece em quase todos os looks, com destaque para uma entrada de calcinha e camiseta. A coleção nos remete a uma nova androginia. Vestidos dramáticos com decotes e muito luxo terminam o desfile, mostrando o glamour que a consumidora quer ver. As mulheres também não vão resistir aos novos acessórios da Prada, eterno ponto alto da grife italiana. Em seu desfile, Miuccia Prada apresenta escarpins preto com meia soquete, que devem virar mania em breve, além de sapatos de salto redondo que começam preto e vão se transformando na cor néon nos saltos até chegar em um escarpin vermelho. As bolsas também são indispensáveis e aparecem em forma de um carteirão bicolor, sucesso garantido. Nas roupas, a Prada faz uma viagem aos anos 50 e 80. Na passarela reina o estilo nerd-chic com saias rodadas com muito volume ou pregas. Mini spencers, camisetas pólo ou camisas de botão fechadas completam o look. Nas cores o cinza, amarelo, pink pastel e vermelho. As roupas são "simples", uma formula que vem dando certo e pelo que parece não deve mudar tão cedo. Dinah B. Pezzolo/AEDesfile da Dolce & Gabbana Os anos 80, é claro, também foi inspiração para Giorgio Armani. A coleção completa seu 25 aniversário e para celebrar Armani faz uma moda sem revoluções ou radicalismos. Opta pelo clássico estilo de calças retas, roupas leves e cores suaves. O masculino/feminino, a sensualidade e a sexualidade estavam explícitas. As calças são soltas, retas e confortáveis. A silhueta é relaxada e desestruturada. As modelos entraram na passarela de mãos dadas, como amantes, cúmplices. A modelo Erin O´Connor é o símbolo desta nova proposta do estilista. Armani que como sempre fez um dos desfiles mais concorridos e trouxe à sua platéia personalidades como Sophia Loren, Phil Collins, Robert De Niro e Sarah Ferguson. Sucesso também foi o desfile da dupla Dolce & Gabbana. As mulheres aparecem lindas, felizes, donas do verão. As roupas têm corte impecável, são sexys e voluptuosas. O que se viu na passarela foram estampas florais e de bichos, micro shorts e os famosos corselets da marca. O estilo western cowboy aparece nas calças e acessórios como lenços amarrados no pescoço, lenços na cabeça e cintos compõem o look. Os ternos de alfaiataria masculinos para mulher fazem homenagem à Madonna e a grife traz ainda o estilo motoqueira, com jaquetas de couro curtas ou em forma de capas. A sexualidade está em belas combinações de lingerie aparentes usadas sob vestidos justos ou camisas de cetim. Nos pés plataformas, saltos altíssimos e mules com mini-esporas douradas. Finalmente Donatella consegue se livrar da sombra do irmão Gianni. Finalizou a temporada de Milão. Versace chega mais clean porém sem perder a sensualidade. Com uma passarela em forma de "s" feita com placa de luz, e muitas celebridades na primeira fila, a marca mostrou uma moda luxuosa cheia de anos 80. O tailleur de vinil branco e a sandália com fecho de pompom de cortina já dizem tudo. E mais: ternos de couro branco, vestidos drapeados, várias versões de vestidos pretos para coktail, estampas tropicais, vestidos com costas nuas com linhas retas, e peças de um ombro só. Para a noite, muito jérsei em vestidos longos e decotados, prontos para serem usados pelas belas de Hollywood na grande festa do Oscar. Andrew Medichini/APNaomi, em desfile de Ferré, e Gisele, mostrando coleção da Dolce&Gabbana Uma das novidades da temporada foi a estréia da marca Alemã Hugo Boss na moda feminina. Com uma super produção no palácio do Senado a grife mostrou jaquetas decotadas usadas com saias de corte seco ou ternos risca de giz e vestidos assimétricos e fluidos. Quase tudo é preto, menos os sapatos Anabela em acrílico super modernos. Completando a semana, a Fendi mostrou uma coleção com muito couro e jérsei, além dos psicodélicos casacos de pele do inverno. Uma moda chique e elegante assinada por Karl Lagerfeld. Já Jil Sander não foi tão feliz em sua coleção, agora comandada por Patrizio Bertelli. A moda é limpa, cool e minimalista, mas fez falta o toque de Sander. Gianfranco Ferré mostra seu senso de roupas quase escultural devido a sua formação em arquitetura. Suas roupas parecem construções em torno do corpo. Nesta coleção a influência é a Africa: nos geométricos, nas estampas de bicho, nas tiras de miçanga usada como blusa pela modelo Naomi Campbel. Não faltou lugar também para as chamadas segundas linhas, mais baratas e joviais. Miu Miu da Prada mostrou uma moda casual, quase uma homewear, com suéters de listras, microssaias e os escarpins de plástico. A D& G da Dolce & Gabbana trouxe o tema "D&G Love", escrito em um grande coração de néon. As modelos são meninas sexys com vestidos estampados com notas de dólares e moedas. Os destaques vão para os leegings, as jaquetas em couro e para o strass - tudo em um clima meio Las Vegas, meio Madonna, com símbolos de luxo e riqueza. Já Donatella Versace fez para Versus uma coleção simples e leve com vestidos para o dia em tecidos leves como seda e cetim em uma modelagem solta. Nas cores o lilás, off-white, mauve e café. Nos pés, sandálias de plástico, o hit da estação.

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