
17 de maio de 2010 | 00h00
Seu novo filme é muito rico e poderia, talvez, ser encenado como peça. O que acha?
Vou entender como um cumprimento, mas, para mim, Another Year só faz sentido como filme. Já ouvi comparações com Chekhov, mas ele analisa as pessoas que passam e desmoronam e meu filme é sobre o tempo, dividido segundo as estações.
É sobre o tempo, mas também sobre personagens que prolongam o dilema de seu filme anterior, Simplesmente Feliz. Acredita que existem pessoas com vocação para a felicidade e outras, para ser infelizes?
Agora é irrelevante dizer o que pretendi. Another Year corresponde a outro capítulo dessa minha vontade de falar sobre as pessoas e reproduzir na tela a vida como a vivemos. O cinema que cria outros mundos não me interessa. Não interessa nem aos que o fazem. Eles viajam a outras galáxias, criam universos imaginários para falar sobre aqui e agora. Prefiro ser direto.
A janela que o sr. abre para a realidade tem no trabalho com os atores seu ponto forte, ou não?
Agora, estamos de acordo. Roteiro e realização são fases importantes do meu trabalho e não faço diferença entre uma e outra. Mas o elenco, sim. Meus filmes não seriam nada sem os atores com quem tenho a felicidade de trabalhar. / L.C.M.
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