Mickey e Mônica podem reunir suas turmas

A abertura da exposição Histórias em Quadrões, no início de 2003, em Washington, pode promover o inusitado encontro entre Cebolinha, Cascão e Magali, personagens de Maurício de Sousa, com o Mickey, Pateta e Pato Donald, de Walt Disney

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Por Agencia Estado
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Enquanto o Mickey brinca na lama com o seu novo amiguinho Cascão, o Cebolinha tenta entender que diabos o Pato Donald está tentando falar (e vice-versa). A Magali também não ficou nem um pouco acanhada com os novos colegas, e pediu várias receitas de bolo para a Margarida. Já o Chico Bento e o Pateta armaram uma rede e aproveitaram para tirar uma sonequinha. A improvável mas engraçadíssima reunião entre os personagens da Turma da Mônica e da Disney pode ocorrer no começo do ano que vem. O desenhista Maurício de Sousa e dirigentes da Organização dos Estados Americanos (OEA) estão negociando com os estúdios Disney para promover o encontro dos personagens durante a abertura da exposição História em Quadrões, nos Estados Unidos. "Quando estávamos fazendo os últimos preparativos para o evento, alguém sugeriu que fizéssemos uma reunião com vários personagens de histórias infantis para divulgar a mostra", explica Maurício. "Era uma brincadeira, mas o pessoal de lá levou a sério e adorou a idéia. Eles se propuseram a fazer de tudo para que isso realmente ocorra na abertura da exposição". Depois de passar por várias cidades brasileiras, a exposição Histórias em Quadrões, criada pelo próprio Maurício de Sousa, começa a rodar o mundo no começo de 2003. A primeira parada é Washington, no Museu de Artes da América. "A turnê vai ser longa, vamos passar por várias cidades americanas, além de Londres, Milão, Paris e uma porção de lugares", diz o desenhista. "Não sei se a reunião com os personagens da Disney vai vingar, mas bem que ia ser um ótimo pontapé para essa turnê mundial". Trocando o lápis e o nanquim pelas tintas e pincéis, Maurício criou 46 paródias de clássicos da arte para a mostra Histórias em Quadrões. Mônica Lisa, por exemplo, relembra Monalisa, do pintor renascentista Leonardo da Vinci. Compenetrado, Cebolinha assume o lugar do Pensador, de Rodin. Também há releituras bem-humoradas de pinturas de Portinari, Anita Malfatti, Renoir, Van Gogh, Monet, Botticelli, Michelangelo e Toulouse-Lautrec. O objetivo do desenhista com a mostra é o de aproximar as crianças dos grandes mestres da pintura, fazendo-as se interessar pela arte e conhecer suas vidas. Para Maurício, além de entreter, a mostra tem seu lado educativo. Afinal, ao lado de cada paródia, haverá a obra original e um texto contando a história de seu criador "A exposição foi um sucesso imenso no Brasil", diz. "Muitas crianças foram pela primeira vez a um museu, e ficaram muito interessadas em conhecer os originais. Isso é o mais gratificante". Depois de rodar o globo, a exposição Histórias em Quadrões vai ganhar uma continuação. "Vamos fazer uma mostra só com pintores da América", conta Maurício. "E em cada cidade ou país que passarmos daqui por diante, vamos fazer uma paródia com algum clássico local". E apesar de "brincadeiras", cada quadro da nova coleção receberá tratamento digno de obra de arte. "Do mesmo jeito que aconteceu com a primeira mostra, os novos quadros serão pintados em tinta acrílica com o máximo possível de fidelidade ao original", diz o desenhista. "Tenho uma assistente que viaja aos museus que abrigam os originais e os fotografa e pesquisa até os traços das pinceladas." Além dos "clássicos", Maurício ainda tem fôlego para novos projetos: lançar seus desenhos na televisão italiana, um novo longa-metragem da turminha, um programa para TV, lançar seus gibis na Indonésia e levar o dinossauro Horácio para o cinema. "Os americanos estão tão sedentos por material e querem um longa do Horácio o mais rápido possível", conta Maurício. "Depois de todos os eventos do ano passado, agora as crianças e adultos do mundo inteiro querem ler histórias sem violência, com muito amor, felicidade, humor e alegria. E essa é a cara e o perfil da Turma da Mônica."

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