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Mick Jagger em cult do anos 60 é destaque da TV

O vocalista dos Rolling Stones vive roqueiro bissexual no filme Performance, uma de suas primeiras aparições nas telas, que o Cinemax exibe hoje

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de aparecer na tevê paga no documentário Gimme Shelter, Mick Jagger volta às telas do Cinemax hoje, às 17h45. O canal estréia o filme Performance, cult do fim dos anos 60 - mesma época do fracasso da turnê de Altamont (onde um fã da banda foi assassinado). Trata-se de uma das primeiras aparições do megastar no cinema. A produção foi uma das precursoras do rap, do vídeo musical e do genêro "gângster londrino transado", que inspirou cineastas como Guy Ritchie em Snatch. Quem dirige o eterno astro do rock é o inglês Nicolas Roeg, em uma parceria com Donald Cammell (autor do roteiro). O filme marca a estréia de Roeg no cinema, antes de sua partida para o campo da direção de fotografia, como em Lawrence da Arábia (de David Lean), Fahrenheit 451 (de François Truffaut) e Orgia da Morte (de Roger Corman). Outra presença que divide as atenções do público na produção é Anita Pallenberg, atriz que ganhou notoriedade mais pela cama do que pela fama, graças aos seus romances com três dos Rolling Stones (Brian Jones, Mick Jagger e Keith Richards). A história segue a mesma sintonia dos anos de auge do ícone do rock: muito sexo, drogas e rock n´roll, diluídos em um submundo de mafiosos e prostituição. Na trama, Jagger vive Turner, um rockstar bissexual excêntrico e entediado, dono de uma misteriosa casa onde se esconde Chas Devlin (James Fox), um gangster bonitão recém-fugido de seu bando, e que acaba se envolvendo sexualmente com seu novo inquilino, embalado em um mundo de drogas e manipulação psicológica. O filme se deparou, na época, com vários obstáculos antes de sua exibição. No Brasil, teve sua distribuição proibida por dois anos, por conta de seu teor altamente escandalizante para aquele período da sociedade - cenas picantes e cruas de sexo e consumo de drogas. Para outros, a polêmica foi mais mercadológica. A Warner Brothers, detentora dos direitos de exibição da produção, deixou o filme na prateleira durante dois anos - chegou mesmo a tentar convencer os diretores a remontá-lo. Mas a estratégia de marketing foi o ponto mais difícil para a Warner, que na época ficou sem saber como definir (e vender) o filme: como uma vitrine para Mick Jagger, que naquela década encontrou o ápice da sua popularidade, ou como um thriller de gângsteres.

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