Michael Kors é novo superstar da moda em Nova York

Depois de Calvin Klein e Donna Karan, este parece ser nome que vai trazer a cidade ao topo da moda novamente.

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Por Agencia Estado
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A moda nova-iorquina tem um novo superstar. A cena fashion da cidade, que há várias temporadas tenta eleger um estilista capaz de mostrar que a moda local pode voltar a ter o frescor da época áurea de Calvin Klein e Donna Karan, passa a reverenciar Michael Kors. Com quase 20 anos de uma carreira de altos e baixos, ele foi consagrado ao mostrar sua coleção de primavera 2001 em um desfile lotado de celebridades no Bryant Park. O evento, em que exibiu muita criatividade ao desenhar roupas para as mulheres chiques da Park Avenue, é apenas o começo do que deve ser o reinado de Kors nos próximos tempos. Divas do deserto, visões de Martha Graham e uma "interpretação glamourosa do sportswear americano" formam a base da nova coleção de Kors, que parece ter sido feita sob encomenda para o elenco de Sexo e a Cidade que, com exceção de Sarah Jessica Parker, estava presente no desfile. O estilista mostrou que sabe tornar a moda tipicamente americana em algo mais instigante. Suas mulheres são ou muito sexy ou meio machonas; seus looks são conservadores, mas sempre com um detalhe inesperado (em geral um decote ou uma fenda gritante). Kors abusa dos tons que são sua marca registrada, o creme, o camelo e o marrom, em uma série de interpretações que se alternam entre o casual e o chique, o dia e a noite, o pesado e o leve. De acordo com ele, a mensagem é "anti-retrô e pró-estilo", uma coleção "atemporal" que pode ser incorporada a qualquer guarda-roupa moderno. Ele acerta em cheio em looks como uma regata de tricô usada com calça tipo pijama de suede, minissaria de cetim listrado bordada usada com camisa de seda e pulôver de cashmere usado com shorts de musselina. Kors arrancou suspiros da platéia com suas boas misturas de mink, jérsei e linho. O desfile-consagração não podia vir em melhor momento. O estilista está inaugurando sua primeira loja na badalada Madison Avenue (para venda de sua coleção principal, Michael Kors) e uma outra no SoHo (para a coleção mais casual, Kors). O lançamento de seu primeiro perfume, Michael, vem causando histeria em Los Angeles e Nova York (os frascos não ficaram prontos para as festas de lançamentos nas duas cidades). Se a badalação da imprensa vai bem, financeiramente Kors não pode reclamar. Depois de ter pedido concordata na metade dos anos 90, ele deve atingir US$ 100 milhões de faturamento no ano que vem, sem contar o resultado de novos licenciamentos assinados recentemente, que vão transformar Kors em marca de sapatos, acessórios e óculos em breve. A sorte do estilista mudou desde que ele se rendeu aos encantos de Bernard Arnault, o chefão do conglomerado LVMH (dono da Givenchy e da Christian Dior, entre outras). Kors foi contratado em 1997 para reavivar a marca Celine, começando como responsável pela coleção feminina de prêt-à-porter. Mais do que ajudar financeiramente, o emprego garantiu a entrada dele no mercado europeu. A experiência deu tão certo que ele foi transformado em diretor criativo de toda a maison e ainda recebeu umm investimento do grupo em sua própria marca (a LVMH é dona de 33% da Kors). Hoje, o estilista é responsável pela mais importante linha intermediária vendida na badalada Saks Fifth Avenue, onde ganhou espaço de destaque, e abre lojas em Londres e Tóquio no ano que vem. A Ásia, aliás, é um dos grandes mercados de expansão da marca. E com a globalização da economia mundial e a pasteurização da moda comercial, Kors tem mercado garantido por muito tempo. É a vingança da moda americana.

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