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'Mexe com a memória de quem vê'

Todo mundo tem uma lembrança de um tempo fantástico, do paraíso perdido

Por Flavia Guerra
Atualização:

Tabu é uma coprodução Portugal, França, Alemanha e Brasil. Como manda toda coprodução, tem sua equipe composta por profissionais dos vários países integrantes. Do Brasil, além da produtora Gullane Filmes, tem o nome de Ivo Müller em seu elenco principal. Brasileiro de Florianópolis, ele vive na história o papel do marido da protagonista Aurora, que, na velhice. é interpretada por Laura Soveral e, na juventude, por Ana Moreira. "É um jovem colono que possui uma plantação de chá em uma colônia portuguesa que a gente não sabe onde é, mas sabe que é em uma locação incrível da África", conta Müller. Além de ser o traído da trama, o marido é também a visão masculina da história da garota que, apesar de gostar do marido, não consegue evitar a paixão que o forasteiro Gian-Luca Ventura desperta nela. "Há vários filmes dentro de um só. Há o início, em que os personagens estão mais velhos, que faz referência ao Velho Continente. Há os jovens e suas paixões, em meio ao selvagem novo mundo", reflete o ator. "Ele mexe com a memória de quem assiste. Todo mundo tem uma lembrança de um tempo fantástico, do paraíso perdido, como o Miguel Gomes (diretor) gosta de comentar", acrescenta Müller. O ator viu em Tabu um desafio particular: atuar sem falar, em um filme que não é mudo, mas que não tem diálogos. "Pense só. A segunda parte da história é toda narrada. Não é mudo, mas quase. Isso me tirou da zona de conforto, pois foi preciso encontrar uma nova forma de atuar", lembra ele, que contou com a direção precisa de Gomes para chegar ao resultado almejado. "Tabu tem o lado lúdico do cinema mudo. O tempo todo temos a sensação de estar brincando. É arriscado filmar assim, pois pode dar muito errado. Mas funcionou. E ficou muito bonito."

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