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Metropolitan expõe iluminuras da Idade Média

Tesouros de uma Arte Perdida: Iluminuras da Idade Média e Renascença abre, hoje, no Metropolitan Museum de Nova York, mostrando o talento artístico dos livros feitos à mão

Por Agencia Estado
Atualização:

Na metade inferior da imagem, a Virgem Maria está sentada olhando para seu filho, enquanto Jesus, ainda menino, ergue-se para agarrar suas vestes. Na parte superior, uma imagem de Deus, levantando a mão em sinal de benção. Uma antiga tela italiana? Não exatamente. As imagens foram pintadas num espaço menor do que nove centímetros de altura, dentro da primeira letra de um manuscrito ilustrado do século 13. Tesouros de uma Arte Perdida: Iluminuras da Idade Média e Renascença abre, hoje, no Metropolitan Museum de Nova York onde permanece até 1º de fevereiro. A exposição mostra o talento artístico dos livros feitos à mão, que foram o único modo de transmitir a palavra escrita antes da invenção da imprensa e dos tipos móveis do século 15. Monastérios da Idade Média tinham grandes livros que continham música e letra do que era cantado durante a missa. Embora os escribas pudessem escrever fora as palavras e notas, deixavam livre o espaço no começo da página. Aí, um illuminator criaria decorações, que iam de uma simples inicial aumentada a elaboradas miniaturas pintadas com cenas religiosas, acentuadas por folhas de ouro e prata. As iluminuras eram consideras arte tanto quanto as feitas em grandes telas, diz Pia Palladino, curadora da exposição. A imagem da Virgem Maria com o Menino Jesus foi feita por Duccio di Buonisegna, um dos mais importantes artistas italianos da época. ?Quero que as pessoas apreciem a arte das iluminuras?, diz Pia. ?É importante perceber que alguns dos maiores pintores da Idade Média foram ilustradores?. Os manuscritos eram mantidos principalmente nos monastérios. Não foi senão no século 19 que as obras de arte, freqüentemente cortadas das páginas que as continham, começaram a ser vendidas. Uma vez que os livros eram mantidos fechados, exceto durante as preces, as pinturas retiveram suas cores vibrantes que não são vistas nas obras grandes, expostas ao ar e outros elementos. A exposição do Met consiste em 106 obras que eram parte de uma coleção de Robert Lehman. A maioria delas é de páginas individuais ou pinturas recortadas, mas há também dois livros de amarrar. Alguns, mantidos numa coleção particular, nunca foram vistos numa exposição, diz Pia. A mostra do Met é, também, a última etapa de uma excursão que fez escala no Cleveland Museum of Art e no Fine Arts Museum de São Francisco.

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