
15 de dezembro de 2010 | 00h00
Nas telonas, ele deu mostras de que seu talento ia muito além da música, participando de filmes como O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto, ao dar vida ao personagem Homem-Arsenal, e A Carrocinha (1955), dirigido por Abílio Pereira de Almeida, em um duelo memorável com outro ator não menos genial, Mazzaropi.
Depois do sucesso de O Cangaceiro, Lima Barreto quis filmar O Sertanejo, adaptação de Os Sertões, de Euclides da Cunha, e escalou Adoniran para ser seu Antônio Conselheiro, com a seguinte justificativa: "Adoniran é comediante. Antônio Conselheiro é uma figura de tragédia, que nunca foi ridículo na vida real nem o será no filme. O cômico e o trágico são irmãos xifópagos", revela o livro. Uma síntese da alma de Adoniran.
Criador no dial. Dotado de criatividade e de poder de improvisação absurdos, Adoniran também desempenhou papel importante na história do rádio brasileiro, ao criar personagens que caíram nas graças do público da época. Falando a mesma língua dos mais pobres, ele deu vida aos hilários Barbosinha Mal-Educado da Silva e também dialogou diretamente com as malocas por meio das vozes de Zé Conversa e Charutinho, com a aprovação do amigo e produtor Osvaldo Moles.
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