
19 de março de 2011 | 00h00
Quando se dá conta, já se está sob a hipnose viscosa de Warehouse ou Undertow, seduzido pela vastidão de seus espaços, de suas melodias negras e lânguidas. O centro de gravidade do Warpaint é a baterista Stella Mozgawa, instrumentista de toque roliço, que navega uma série de ritmos, do punk ao rock clássico ao funk, com exímia aptidão. A contundência da banda vem da forma com que Stella atrasa o ritmo e deixa as baquetas desabarem sobre o couro, aparentando um sutil desleixo cujo efeito é letal. Este veneno também é destilado nas letras da banda.
Em Baby, por exemplo, a vocalista Emily Kokal canta: "Você não vai ligar para ninguém por que eu ainda sou sua baby". É uma ameaça psicótica que reafirma que o Warpaint não está para brincadeira. Boa parte de The Fool é estática, com acordes menores inertes e melodias que pairam sobre eles. Mas de pouco em pouco Mozgawa toma conta do disco com seu suingue peculiar que, não inteiramente afro, mas certamente ritmado, põe o Warpaint para dançar.
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