'Medeia, a Mulher-Fera', peça baseada na tragédia clássica

Há um trio de Medeias e outro de Jasões nessa criação coral, bem ao estilo do Folias

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Por Beth Néspoli
Atualização:

É prática cada vez mais comum dos grupos teatrais brasileiros compartilhar com o seu público a preparação de suas montagens. Ocorre na forma de ciclo de encontros - por exemplo, o filósofo Paulo Arantes vai dar uma palestra no 29 na sede do Folias, à noite, com entrada livre e grátis -, seja na forma de experimentos cênicos. Alguns resultam bem interessantes. Promete ser o caso da bizarra releitura de Medeia, que estreia amanhã sob a batuta de Dagoberto Feliz, diretor musical do Folias.

 

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Reinaldo Maia, morto em abril, dramaturgo e um dos fundadores do grupo, é o autor do texto. "É antigo, sempre gostei dele, e resolvi levar ao palco agora", diz Dagoberto. Isso porque tem a ver com o tema que, sob direção de Marco Antonio Rodrigues, a equipe vem pesquisando: o êxodo, seja o desterro propriamente dito, seja a marginalização dentro do próprio território.

 

"A gente trabalha na linha do ‘freak show’. Medeia, desterrada, é exposta e enjaulada e Jasão é o seu domador. A ideia é refletir sobre a relação dominador/dominado, mas num jogo invertido, em que o controlador também é controlado", diz Dagoberto. Há um trio de Medeias e outro de Jasões nessa criação coral, bem ao estilo do Folias.

 

Medeia, a Mulher-Fera. 60 min. 14 anos. Galpão do Folias (70 lug.). Rua Ana Cintra, 213, Santa Cecília, 3361-2223. 6.ª e sáb., 23h30. R$ 30. Até 31/10

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