Masp inaugura novas exposições e faz mistério sobre segurança

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Por FERNANDA EZABELLA
Atualização:

O Museu de Arte de São Paulo voltará a funcionar na próxima semana, com a reabertura para visitas na terça-feira e a inauguração de duas exposições na sexta, em meio a mistérios sobre novas medidas de segurança após o roubo de duas telas em dezembro. Uma fonte ligada ao Masp, que pediu para não ter seu nome divulgado, afirmou, sem dar detalhes, que algumas empresas privadas fizeram doações ao museu para a instalação de equipamentos de segurança, como alarmes ou sensores. A assessoria de imprensa não confirma a informação. Diz apenas que há novidades na segurança, mas pondera que a direção do museu só falará sobre o assunto na terça-feira, em uma coletiva. No último dia 20, uma tela de Picasso e outra de Portinari foram roubadas durante a madrugada, fazendo com que o museu fechasse suas portas para investigações, no pior incidente em 60 anos de história do Masp. A instituição, até então, não possuía alarmes e a segurança era feita apenas com homens não armados. Após a reabertura da terça-feira, o Masp inaugura duas exposições na sexta-feira, com festa para convidados na noite de quinta. A maior delas, que irá ocupar o 1o e 2o subsolo do museu, é sobre o artista japonês Tatsumi Orimoto, com 1.000 fotografias, 160 desenhos e 10 vídeos. Na noite de quinta-feira, o artista fará uma performance na qual servirá uma refeição tradicional japonesa, preparada por ele, para 50 avós da comunidade nipo-brasileira. A segunda exposição vem da Espanha e se chama "Caçadores de Sombras", com 92 fotografias de 16 artistas que usaram a sombra como mote para seus trabalhos. O Masp tem um calendário extenso para 2008, com mais outras 10 exposições agendadas. Em abril, por exemplo, haverá uma mostra de desenhos espanhóis do século 20, da Fundação Mapfre, que deverá trazer trabalhos de Picasso, Dalí, Tapies e outros. CÂMERAS NA RUA Enquanto o Masp faz mistério sobre seu novo esquema de segurança, outras medidas já foram tomadas para garantir pelo menos os arredores do museu. A prefeitura pôs em operação no último dia 28 cinco câmeras de longo alcance e alta resolução na avenida Paulista, endereço do museu. Elas estão ligadas à central de monitoramento da Guarda Civil Metropolitana. Das cinco câmeras, apenas uma visualiza o Masp, embora a Subprefeitura da Sé tenha afirmado que a instalação já estava prevista e não foi acelerada por conta do roubo. Outra providência foi tomada pela Polícia Militar, que transformou o vão livre do Masp em estacionamento de uma viatura para atender ocorrências locais. Além da investigação da Interpol e das polícias Civil, Militar e Federal para esclarecer o roubo, o Ministério Público Estadual também entrou no circuito para avaliar se o museu tem condições de funcionar sem a necessidade de uma intervenção. O MPE está estudando documentos da área contábil do Masp para levantar o tamanho da dívida da instituição, que chegou a ter a energia e o telefone cortados em anos recentes por falta de pagamento. Uma avaliação dos peritos do MPE deve sair a partir da semana que vem. O Masp se comprometeu a entregar novos documentos ao órgão nesta sexta-feira. (Edição de Mair Pena Neto)

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