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Masp aguarda "solução final" para caso Aleijadinho

Em nota de esclarecimento, museu informa que peça de autoria contestada continua exposta "para que toda a população possa apreciar sua importância"

Por Agencia Estado
Atualização:

O Museu de Arte de São Paulo (Masp) distribuiu nota de esclarecimento hoje na qual comenta matéria distribuída pela Agência Estado na terça-feira. A reportagem informa sobre laudo do Iphan que desautoriza a atribuição de obra de Aleijadinho à escultura de São Francisco de Paula, doada pela Pirelli ao museu em novembro. Na nota, o presidente do museu, arquiteto Júlio Neves, e o presidente da Pirelli do Brasil, Giorgo della Seta, dizem esperar ainda uma "solução final" para decidir sobre a autoria da obra do Masp. Segundo eles, a escultura foi adquirida pela Pirelli em 18 de janeiro de 1985 com base em laudos de Orlandino Seixas Fernandes (ex-diretor do Museu da Inconfidência de Ouro Preto) e de Germain Bazin, ex-curador-chefe do Louvre. O Masp também informou que a obra está exposta no 2.º andar do museu, na Avenida Paulista, "para que toda a população possa apreciar sua importância". A etiqueta na peça diz "atribuída a Aleijadinho", apesar dessa atribuição não ser recomendada por laudo do Iphan elaborado em dezembro. Segundo o museu e a Pirelli, o laudo do Iphan - definido por parecer da historiadora Lygia Martins Costa - aponta ainda para uma "dúvida" sobre a autoria e pede exames laboratoriais. Mas Lygia não parece ter dúvidas no texto. "Acresce que este santo, de expressão dúbia, é de execução bastante irregular e em verdade não me parece enquadrar-se em nenhuma fase de produção de Antônio Francisco Lisboa", escreveu. Em entrevista, ela demonstrou ainda mais convicção de não se tratar de um Aleijadinho. "É uma peça passiva, e o Aleijadinho nunca é passivo", afirmou. Por causa da avaliação da historiadora, a Pirelli e o Masp encomendaram laudos alternativos ao historiador Dalton Sala e ao colecionador Renato Whitaker, que contestam os pontos de vista da especialista.

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