Martins Fontes perde o comandante

O fundador da editora que eleva seu nome, Waldir Martins Fontes, morreu no dia 3, deixando o comando da empresa a cargo de seus filhos Alexandre e Evandro

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Por Agencia Estado
Atualização:

Foi celebrada no início da noite de ontem(09) a missa de 7.º dia do editor Waldir Martins Fontes, morto aos 66 anos, no dia 3. Waldir foi fundador da editora que leva seu sobrenome. A direção da empresa ficará a cargo dos seus dois filhos, Alexandre, de 40 anos, e Evandro, de 39 anos. Alexandre conta que seu pai deixou um emprego na Petrobrás, aos 22 anos, para vender livros publicados pela editora Globo, de Porto Alegre. "Começou aí uma longa história de paixão pelo livro", afirma o filho. Waldir ia de porta em porta; seu público era formado tanto por livrarias quanto por pessoas físicas. O negócio deu certo e, em 1960, com os irmãos Walter e Waldemar, fundou uma livraria em Santos. Hoje, a empresa conta com quatro lojas (a de Santos, duas em São Paulo e uma no Rio de Janeiro), mas seu principal negócio é a edição de livros, iniciada em meados dos anos 70. A Martins Fontes destaca-se pela edição de obras universitárias, em diferentes áreas, como filosofia, psicologia, artes e sociologia. Apesar disso, conta com alguns best sellers, como a série Onde Está Wally?. Outro sucesso editorial do grupo é Mafalda, personagem do desenhista argentino Quino. "Wally é uma exceção na linha editorial adotada por meu pai; a regra é o livro de ciências humanas que não faz um sucesso imediato, mas que é vendido constante e lentamente e permanece por muito tempo", afirma Alexandre. Atualmente, a editora tem cerca de mil livros em seu catálogo, 90% deles traduzidos. São publicados pela Martins Fontes, por exemplo, Psicologia de Massas do Fascismo, de Wilhelm Reich, O Grau Zero da Escrita, de Roland Barthes, e A Ilusão da Justiça, de Hans Kelsen.

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