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Markus Popp vai tocar na programação da Bienal de SP

Por AE
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Nos anos 90, Markus Popp mudou-se para Berlim de um vilarejo no interior da Alemanha determinado a participar da vanguarda eletrônica da cidade. Techno e drum n? bass viviam seus auges, interligavam a contracultura de cidades europeias e impulsionavam a vanguarda da música independente no vale-tudo pós-soviético da capital alemã. Mas a vibrante cena local pouco o cativou e Popp caminhou em uma direção oposta à de batidas musculosas que ecoavam pelos squats europeus (festas em locais ocupados). "É lógico que eu tinha desejo de participar dessa coisa de cidade grande, mas acabei fazendo música que representava a vida pacata da minha cidadezinha", conta em um dos documentários sobre seu aclamado grupo Oval, cuja música Popp traz ao Brasil na próxima semana, como parte das programações da 30.ª Bienal de São Paulo e do Mês da Cultura Independente.A ironia de seu caminho artístico é que o Oval se tornaria uma das referências para a música eletrônica da década seguinte. Optando por fazer música sutil, que tornava microfragmentos de sons em elementos de composição, combinando-os com recortes de instrumentação acústica, encurtando ao extremo a repetição desses fragmentos, ao modo que se aproximassem de ruídos com características digitais, Popp criou a estética do "glitch" e antecipou toda uma geração de produtores amparados por laptops, que inovariam as mutações da mesma música eletrônica que pouco o interessou quando chegou a Berlim.As sacadas noventistas do Oval, que podem ser ouvidas em discos (ou pelo site soundcloud.com/oval-official), foram o estopim para uma série de trabalhos - entre eles, o desenvolvimento de um software musical no início da década passada, que Popp chegou a transformar em instalação. Ele deixou diversas cópias do programa para os visitantes da obra criarem glitches, um conceito semelhante, que parte de um princípio colaborativo entre artista e plateia, como o trabalhado por Sergei Tcherepnin e Ei Arakawa na instalação em cartaz na Casa Modernista como parte da programação da Bienal.Popp está em turnê pela América Latina, fazendo shows e ministrando workshops sobre a suas distorções de espaço-tempo musical e sobre a relação do músico contemporâneo com o computador. Em seu trabalho mais recente, o disco "O", de 2010, que demorou seis anos para ser completado, Oval envereda por caminhos acústicos. E, em sua turnê pelo Brasil, colabora com cantoras locais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. MARKUS POPP MIS (Avenida Europa, 158). 5ª (20), às 20 h.Trackers (R. Dom José de Barros, 337). 6ª (21), 20h30. Grátis.

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