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Mário de Andrade e Ionesco, nos palcos de SP e Rio

Estréiam hoje Um Tupi Tangendo Um Alaúde, em São Paulo, uma homenagem a Mário de Andrade e As Cadeiras, de Ionesco, no Rio de Janeiro

Por Agencia Estado
Atualização:

Um Tupi Tangendo um Alaúde foi escrita em 1993 pelo diretor Zecarlos de Andrade em comemoração ao centenário do escritor Mário de Andrade e já foi encenada em espaços alternativos. A montagem que estréia hoje, também no Teatro Ruth Escobar, um palco tradicional, foi pouco modificada e mostra o ator Jefferson Brito em um passeio pelo universo do escritor. ?Não se trata de um texto típico de teatro, mas uma viagem didática pela obra do Mário", comenta o diretor, que criou um ritmo ágil e acelerado, em que o ator dá piruetas, fica de cabeça para baixo e manipula instrumentos como bambus, sem parar de falar um só minuto. A peça, cujo título se baseia em um verso de Mário de Andrade, tem trilha sonora inspirada em compositores modernistas como Villa-Lobos e suas Bachianas n.º 5, Trenzinho Caipira e Sinfonia da Floresta Amazônica. Rio - Idéia do diretor iraniano Massoud Saidpour, a montagem de As Cadeiras, de Eugène Ionesco, que estréia hoje no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil, foi considerada oportuna pelos dois protagonistas, Ana Paz e Ricardo Blat. "Neste momento em que as pessoas preferem a massificação, Ionesco nos leva a uma viagem em que se descobre camadas de história, com fontes e tesouros", explica Blat. "A peça fala da perda de referências, a mesma que vivemos hoje", completa Ana. Ionesco mostra a contradição entre aparência e essência e o desconforto do Homem com essa dualidade. Seu teatro, que ele chamou de Absurdo, fez furor logo após a 2.ª Guerra, numa Europa que tentava reconstruir seus valores e sua história. Esta é a terceira peça escrita por Ionesco, filho de um romeno com uma francesa, que renovou o teatro em meados do século 20, mostrando o absurdo das relações sociais. Estreou em 1952, e não é montada profissionalmente no Brasil há pelo menos 30 anos. "Ao que eu saiba, nunca foi apresentada no Rio e é um bom texto para os brasileiros, um povo que tem medo da solidão e adora celebrações. A peça fala de pessoas que criam coisas e acontecimentos para se distrair do que têm dentro de si", diz o diretor. Um Tupi Tangendo Um Alaúde - De Zecarlos de Andrade. Estréia hoje em São Paulo no Teatro Ruth Escobar, Rua dos Ingleses, 209. Tel. 289-2358. Quinta e sexta às 21 horas; domingo às 21h30. R$ 20, até 29/8 As Cadeiras - De Eugène Ionesco, com direção de Massoud Saidpour. Estréia hoje no Rio de Janeiro no Centro Cultural Banco do Brasil, Rua Primeiro de Março, 66. Tel. (21) 3808-2020. De quarta a domingo às 19 horas. R$ 10, até 11 de julho.

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