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Mariana Muniz estréia nova coreografia no CCBB

Por Agencia Estado
Atualização:

A atriz e bailarina Mariana Muniz questiona o significado do ato de dançar em sua nova coreografia Mover-se, que estréia amanhã no Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Álvares Penteado, 112, centro, São Paulo, tel. 3113-3651). Nesse trabalho, a criadora investe na reflexão, com direito a um bate-papo, após a apresentação, com a pesquisadora Sônia Sobral. Mover-se estabelece um diálogo entre três intérpretes: Mariana, que representa o corpo dançante, o arquiteto e fotógrafo Cláudio Gimenez mostra os movimentos presentes no cotidiano e um tronco, que serve como contraponto à dança criada pelos artistas em cena. "O Cláudio não é bailarino, o que destaca as diferentes formas de gestos e atuação no palco", comenta a coreógrafa. O objeto imóvel serve como ponto de partida para a articulação da coreografia. "Quando comecei a criar este espetáculo tinha em mente focalizar o corpo como matéria-prima, ao mesmo tempo, observar as relações entre ele, espaço e tempo. Ao introduzir um tronco de árvore como elemento cênico a discussão tomou um outro rumo", explica Mariana. O objeto parado serviu como uma referência para os intérpretes desenvolverem a linguagem coreográfica. A partir da observação do tronco, cada bailarino desenvolveu movimentos próprios e específicos tendo como base suas sensações e impressões diante do elemento imóvel. "É um momento de abstração, quando avalio aquilo que me leva a dançar, sensações internas, algo íntimo conduz aos pensamentos e movimentos." No decorrer da coreografia, Mariana faz uso da palavra. "Durante o espetáculo utilizo textos que auxiliam na composição cênica, que reforçam o diálogo entre os três intérpretes. Por meio da palavra, lanço questões sobre dança e estabeleço uma relação entre a fala, os gestos e a música", observa a coreógrafa. As frases foram retiradas do livro Dança, o Enigma do Movimento, de Mônica Dantas, e de algumas reflexões feitas pelo coreógrafo Kazuo Ohno. "Faço uma reflexão do significado de dançar, das sensações que surgem no momento da criação, aquilo que pensamos, como elaboramos, e de que maneira todas essas coisas são traduzidas em movimentos articulados com o tempo e espaço." Três aspectos contribuem para dar unidade a Mover-se - música, iluminação e cenário. A trilha sonora foi composta por Marcelo Petraglia e a iluminação assinada por Celso Marques. "A música, uma adaptação feita especialmente para esta coreografia, dá o impulso para a dança", comenta. "A iluminação é fundamental para dar o clímax, uma vez que há poucos elementos em cena." O cenário, de Fábio Namatame, tem fundo preto e um vão, para dar a idéia da existência de um outro espaço, com outras possibilidades de atuação. "Após a exibição de Mover-se teremos um debate com Sônia Sobral, quando discutiremos pontos abordados pela coreografia, principalmente, aqueles referentes ao ato de criar e dançar", conta. O público é convidado a participar do debate.

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