"Maria Moura" faz de Rachel uma celebridade

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Por Agencia Estado
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Em 1994, Rachel de Queiroz já era uma instituição das letras nacionais quando a Globo adaptou Memorial de Maria Moura no formato minissérie. A própria Rachel admitia, depois disso, que finalmente havia se transformado numa celebridade. Dona Moura, como passou a ser chamada pelos colegas acadêmicos, chegou a pensar em refugiar-se de novo no sertão, pois o apartamento no Leblon virou alvo de romarias de incontáveis fãs (e também de estudantes que a procuravam para fazer trabalhos escolares). Rachel reconhecia que Maria Moura, na TV, distanciara-se do romance, mas isso não a impedia de gostar da minissérie. Muita coisa na adaptação de Jorge Furtado, Carlos Gerbase e Glênio Póvoas - para a direção de Marcelo Barreto, Roberto Farias, Mauro Mendonça Filho e Denise Saraceni - não tinha nada a ver com o livro. Rachel, previdente, fez encaixar nos créditos que a adaptação de seu romance era "livre". Depois da minissérie, "Maria Moura" passou a ser, para todo o sempre, Glória Pires. Impossível imaginar a heroína sem o vigor que lhe imprimiu a atriz. No livro, "Maria Moura" não morre. Na minissérie, jogou-se para a morte contra os inimigos e a imagem foi congelada - como a de Paul Newman e Robert Redford no fim de Butch Cassidy, o western de George Roy Hill, de 1970. Rachel poucas vezes foi adaptada para o cinema. Antes de Maria Moura, na TV, houve só Dora Doralina, que Perry Salles dirigiu em 1978, com sua então mulher, Vera Fischer, no papel-título. Maria Moura está sendo transposta para o cinema pela diretora Leilane Fernandes. Em 1995, a morte de Augusto Ribeiro Jr. também deixou inacabada outra adaptação, justamente a de O Quinze, que o diretor queria transformar num épico de grandes proporções. Até hoje, há grupos interessados em levar O Quinze adiante, mas está sendo difícil viabilizar a produção, muito cara.

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