11 de janeiro de 2011 | 19h15
A gravura de 1972 era parte da coleção particular de Hopper, que morreu no ano passado, aos 74 anos. Ela mostra o líder comunista chinês em tons de azul e verde.
Warhol, grande nome da "pop art", retratou Mao várias vezes, mas essa obra tem um valor especial por causa dos tiros dados por Hopper.
O ator, famoso por seu comportamento inflamado, dizia ter dado os tiros depois de "confundir o retrato na sua parede com o próprio Mao."
Mais tarde, ele mostrou a obra perfurada a Warhol, e a dupla concordou em considerar o trabalho como uma colaboração artística. O pintor desenhou círculos em torno dos furos, e fez duas inscrições: "Warning shot" (tiro de advertência), no buraco ao lado do ombro direito de Mao, e "Bullet hole" (buraco de bala), na perfuração sobre a sobrancelha esquerda do líder chinês.
A imagem era parte de centenas de obras da coleção pessoal e de objetos do ator, leiloados ao longo de dois dias. A expectativa era de que o "Mao baleado" fosse vendido por 20 mil a 30 mil dólares.
Outra imagem-símbolo de Warhol, um retrato de Marylin Monroe feito em 1967, saiu por 206,5 mil dólares, cerca de quatro vezes a estimativa pré-venda.
Obras mais valiosas da coleção de Hopper já haviam sido vendidas pela Christie's em novembro, quando arrecadaram mais de 10 milhões de dólares.
O atual leilão, que inclui também obras de Annie Leibovitz, Marcel Duchamp e Helmut Newton, além de outras peças de Warhol, termina na quarta-feira.
(Reportagem de Chris Michaud)
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