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Manuscritos medievais da Biblioteca Bodleiana vão a NY

Por PATRICIA REANEY
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Mais de 60 manuscritos medievais em hebraico, árabe e latim pertencentes à Biblioteca Bodleiana, de Oxford, serão expostos neste semestre no Museu Judaico de Nova York. A maioria das peças nunca esteve nos Estados Unidos. A exposição "Cruzando Fronteiras: Manuscritos das Bibliotecas Bodleianas" inclui a Bíblia de Kennicott, criada em 1476 na Espanha e supostamente um dos manuscritos medievais mais amplamente ilustrados que existem. Um dos dois primeiros evangelhos em latim das ilhas britânicas, datado do final do século 6 ou 7, e o Michael Mahzor, mais antigo livro judaico de orações com iluminuras para festividades, também estarão na exposição, que vai de 14 de setembro a 3 de fevereiro. "(A exposição) destaca o papel do livro hebraico como ponto de encontro de culturas na Idade Média, principalmente na Europa. Os judeus estavam vivendo no meio dos cristãos e muçulmanos e transmitiram a cultura por meio de traduções de obras", disse à Reuters a curadora Claudia Nahson. "Os livros hebraicos são um repositório de muitas influências diferentes." As primeiras obras datam do século 3, chegando ao século 16. "Esse é um período muitíssimo amplo", disse Nahson. "O formato livro teve um papel na forma como as religiões conversaram entre si." A exposição está dividida em três seções: os primórdios do cristianismo e o judaísmo, com seus vínculos e dissociações; o final da Idade Média; e a coleção hebraica da Biblioteca Bodleiana, que remonta aos primeiros anos dessa biblioteca, fundada em 1598. No caso da Bíblia de Kennicot, será possível ver uma reprodução digital dela, além do livro propriamente dito. "É um manuscrito incrível, profusamente decorado. Há tantas páginas com iluminuras que é difícil escolher qual mostrar, por isso teremos uma versão digitalizada", disse a curadora. Outro destaque é o Michael Mahzor, produzido em 1258 na Alemanha e ilustrado por um cristão. Uma das iluminuras está de cabeça para baixo. A Biblioteca Bodleiana foi criada por Thomas Bodley, que foi embaixador da rainha Elizabeth 1a. Ela começou com 2.500 tomos, e hoje é uma das quase 40 bibliotecas integradas à estrutura das Bibliotecas Bodleianas. (Reportagem de Patricia Reaney)

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