Manoel de Oliveira é tema de ciclo de filmes em SP

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Por AE
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Cineasta mais velho em atividade, o português Manoel de Oliveira, de 103 anos, foi para trás das câmeras ainda jovem e, por isso, coleciona uma vasta filmografia, com mais de 60 produções. Em seu primeiro trabalho como diretor, o curta-documentário "Douro, Faina Fluvial" (1931), Manoel registrou (e editou as imagens de forma não-linear) o Porto, tendo como personagem central o Rio Douro, um dos mais importantes de Portugal.Mas aquela ainda era uma época de experimentações para Manoel, com 23 anos, que tentava descobrir o que faria da vida. Ele já havia feito participação como ator em um filme mudo português de 1928, o "Fátima Milagrosa". Mas, como fazia parte de uma família rica, decidiu comprar a própria câmera e testar um novo caminho. E uma sucessão de curtas, realizados ao longo da década de 30, o conduziu ao formato longa-metragem a partir dos anos 40, uma então nova - e posteriormente festejada - fase do cineasta. Uma parte desse período será contemplada na mostra "Manoel de Oliveira, o Cineasta da Palavra", em cartaz no Cine Olido de amanhã ao dia 23.Na homenagem ao longevo cineasta - que conta com o apoio do Instituto Camões -, o recorte foi feito a partir dos anos 90 para cá. "Focamos nos últimos 20 anos da carreira do cineasta, período em que ele produziu muito, quase um filme por ano", diz Liciane Timoteo de Mamede, responsável pela curadoria da mostra. Foram selecionados 12 longas, incluindo títulos como "Viagem ao Princípio do Mundo" (1997), último filme do ator italiano Marcello Mastroianni. Já debilitado pelo câncer de pâncreas, Mastroianni interpreta um ator francês de origem portuguesa, que tenta resgatar suas origens. É um personagem alter ego de Manoel de Oliveira. O próprio diretor faz uma rápida aparição no filme.A mostra traz ainda "Palavra e Utopia" (2000), com Lima Duarte, e "Um Filme Falado" (2003), estrelado por atores de diversas nacionalidades, como a francesa Catherine Deneuve e o americano John Malkovich. Eles e outros atores protagonizam a clássica cena de um jantar, em que todos, à mesa, falam línguas diferentes, mas conseguem se entender. É a Torre de Babel sob a ótica de um incansável Manoel de Oliveira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.Manoel de Oliveira, o Cineasta da Palavra - De amanhã a dia 23 (não haverá sessões nos dias 20 e 21). Galeria Olido (Av. São João, 473, centro). Tel. (011) 3331-8399. Ingresso: R$ 1.

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