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Magia como ferramenta para inovar a ação

Ator fala de seu papel no longa Truque de Mestre e do que esperar de Rio 2, do brasileiro Carlos Saldanha

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Jesse Eisenberg fala muito, e rápido. Dispara as palavras como tiros numa metralhadora. A entrevista - por telefone - é para falar de Truque de Mestre, que estreou na sexta-feira. Ele fala do filme e de seu diretor, Louis Leterrier - "Um cara modesto, mas que tem competência no que faz". Ao saber que o repórter é brasileiro - "Oh, Rio" -, desanda a falar sobre Carlos Saldanha e sua parceria com o animador em Rio 2. Diz que Saldanha é grande e que é emocionante ver um diretor estrangeiro que gosta tanto seu país a ponto de convencer Hollywood a investir dinheiro num canto de amor à cidade do Rio de Janeiro.O que havia de tão interessante em Truque de Mestre para você fazer o filme?Não gosto de me repetir e, em geral, escolho um papel contra o anterior. Se fiz um drama, procuro fazer uma comédia, e vice-versa. Tento mudar de personagem também. Sou muito jovem para ficar preso a uma persona. Senão vão dizer: 'lá vem ele de novo...'Está bem, era o gosto do novo, mas você ainda não me falou do filme nem do papel...Hollywood produz muitos filmes de assaltos, de golpes perfeitos. Quantos são feitos todos os anos? Uns dez? Truque de Mestre foge à fórmula feita. Quantos filmes você viu que os assaltantes são mágicos profissionais e usam suas habilidades para enganar a polícia?Esse tema da magia aproxima seu filme de O Grande Truque, de Christopher Nolan. Concorda?Não me lembro direito do outro filme, mas a originalidade de Truque de Mestre é que, além de usar a magia, nossos personagens - somos um quarteto, os Quatro Cavaleiros -, ainda distribuem o produto dos roubos entre o público.É uma atualização do mito de Robin Hood, uma metáfora?Pode ser, e eu não sei se o público vai se dar conta ou se vai achar que é só mais uma historinha de assalto. Já trabalhei em filmes mais ambiciosos - A Rede Social, de David Fincher -, mas acho que Truque de Mestre é uma diversão honesta.E você reencontra Woody Harrelson, com quem fez Zombieland. Como foi o reencontro?Woody é um dos atores mais profissionais que conheço e, ao mesmo tempo, não leva a sério nem o trabalho. Tudo vira piada e, quando o diretor incorpora esse humor, o resultado se beneficia disso. Zombieland não era um filme de zumbis sério como Guerra Mundial Z. Ele estava mais no espírito do livro (de Max Brooks) em que Guerra Z foi baseado. Mas lá o que verdadeiramente criou o tom de farsa foi a forma como Woody se apossou do papel.E em Truque de Mestre havia esse espaço?Menos, mas eu acho que Louis (Leterrier) conseguiu algumas soluções interessantes em termos de conflitos. Temos o antagonismo entre os integrantes, entre os ladrões e o policial (Mark Ruffalo) e o ex-mágico (Morgan Freeman) que vive de desvendar mágicas dos outros.Como é Leterrier como diretor?Ele é modesto, não se tem na conta de um autor, mas é competente no que faz e possui ideias.Você trabalha agora com Carlos Saldanha na animação Rio 2. Como é?O primeiro filme foi um grande sucesso e isso produziu uma enorme expectativa em relação ao 2. O tema agora é o retorno de Blu e Jade com os filhotes ao mundo selvagem. Acho emocionante ver um diretor estrangeiro que gosta tanto de seu país a ponto de convencer Hollywood a investir dinheiro num canto de amor ao Brasil e ao Rio de Janeiro. Carlos levou seus animadores para o Brasil porque queria que a animação fosse uma reprodução verdadeira dos lugares em que a ação se passa. E ele conhece cinema, música, literatura. Você não convive com ele sem se apaixonar pela música do Brasil.O curioso é que Louis Leterrier também filmou o Hulk dele no Rio. Chegaram a falar disso?Louis é francês, ama Paris, mas adora contar histórias das favelas do Rio, onde filmou Hulk, com Edward Norton. E não são histórias depreciativas. Conheço o Rio, e como é que vocês a chamam? Wonderful City, Cidade Maravilhosa? É mesmo, não?

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