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Macalé revê clássicos e peças raras

Por Lauro Lisboa Garcia
Atualização:

O raríssimo compacto duplo Só Morto (Burning Night), gravado por Jards Macalé pela RGE em 1970, tem dois exemplares à venda no Mercado Livre (por R$ 500) e no Ebay (por US$ 549). Duas daquelas antigas canções - Soluços e a que dá título ao compacto - são o que há de mais curioso em seu novo álbum, Jards, que custa bem mais barato. Das quatro, só falta ele regravar O Crime, porque Sem Essa ganhou nova roupagem no álbum Contrastes, de 1977. Macalé de novo regrava clássicos como Hotel nas Estrelas e Mal Secreto (agora com os vocais de Thaís Gulin e Frejat, respectivamente), Movimento dos Barcos, Negra Melodia (esta em dueto com Luiz Melodia em trôpega junção de reggae e samba), Dona de Castelo, Revendo Amigos e Berceuse Crioulle, entre as parcerias com o poeta Waly Salomão (1943-2003) que aqui fica a cargo de Ava Rocha. Os álbuns anteriores, Macao (2008) e Real Grandeza (2005), também eram repletos de regravações. Porém, quem quiser se deter em detalhes, há muito o que apreciar nos novos arranjos e interpretações. Como uma espécie de João Gilberto pop alternativo, Macalé vive torneando as próprias canções e as dos outros, como Unicornio (uma das muitas obras-primas do cubano Silvio Rodríguez), que também já tinha gravado em 1998, com a voz rouca e grave, entre o humor sarcástico e a "morbeza romântica". Apesar da obviedade de Juízo Final (Élcio Soares/Nelson Cavaquinho), com participação de Elton Medeiros, há achados como Mulheres, inusitada parceria dele com Zé Ramalho, e boas investidas na reinvenção de canções com o "significado de hoje", segundo ele mesmo diz - como o standard Black and Blue, em que arremeda o dueto de Louis Armstrong e Sarah Vaughan.JARDS MACALÉJARDSBiscoito FinoPreço: R$ 34,90 BOM

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