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MAC-SP inaugura Anexo e consolida nova sede

Por Camila Molina
Atualização:

Com a inauguração, no sábado, 9, das exposições Sala de Espera, de Carlito Carvalhosa, e Obra, de Mauro Restiffe, o Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP marca o primeiro estágio de ocupação de sua nova sede no ex-complexo do Detran, de frente para o Parque do Ibirapuera. As mostras dos dois artistas estavam previstas, inicialmente, para serem abertas em 2010 no Anexo Original do edifício projetado por Oscar Niemeyer, um espaço de cerca de 1,8 mil m² "potente, suntuoso e eloquente", como define o diretor do museu, Tadeu Chiarelli, que será dedicado, exclusivamente, às experimentações contemporâneas."Se você está em um Niemeyer, não pode ter aquela reverência paralisante, tem de saber lidar com o que a gente tem de legado", afirma Carlito Carvalhosa. O Anexo Original do MAC, que faz parte do complexo arquitetônico modernista projetado na década de 1950 e está abrigado atrás do edifício principal, é, como descreve o artista, um "espaço impressionante, um pouco infinito", com sua horizontalidade branca, escala e colunatas. "É como dia nublado na praia, em que você não sabe onde as coisas terminam", diz Carlito. Sua Sala de Espera (leia mais abaixo), é uma intervenção artística violenta e ao mesmo tempo leve, criada com 70 postes de madeira.Já a mostra de Mauro Restiffe é um conjunto de 12 fotografias em preto e branco nas quais o fotógrafo registrou, há três anos, parte do processo de reforma do prédio para acolher o museu (leia também mais abaixo). "É uma fotografia quase como documento, mas atemporal, que acaba deixando uma ambiguidade", diz Restiffe.A inauguração definitiva da nova sede do MAC-USP ocorreria em 2010. A implantação da instituição vem sendo feita gradualmente devido a vários problemas de ordem burocrática e pela grande envergadura do projeto. Em primeiro lugar, demorou a ser feita a reforma do prédio onde funcionou o Detran, com 37 mil m² de área - são sete andares no edifício principal e há ainda o Anexo Original. A obra foi realizada pela Secretaria de Estado da Cultura desde 2009, com montante de R$ 76 milhões. O prédio já foi cedido à USP, mas por parte do governo estadual ainda falta a implantação da segurança automatizada de todo o edifício. "Temos uma última pendência que é a aquisição e instalação do sistema das câmeras de vigilância eletrônica. Houve um problema na realização dos pregões para a compra. Vamos ter que refazer agora", afirmou o secretário de Estado da Cultura, Marcelo Araujo, recentemente ao Estado.A segurança da nova sede do MAC-USP é um quesito fundamental, não somente pelas mais de 10 mil obras de arte que a instituição possui em sua coleção, mas mesmo para que o museu possa receber devidamente seus visitantes. "Existe uma morosidade inerente ao órgão público, que atrapalha a implantação do museu, mas isso não impede que pensemos alternativas", define Chiarelli, cuja gestão à frente do museu termina em abril de 2014.Aniversário. Este ano, o MAC-USP completa 50 anos. Desde janeiro de 2012, o museu já ocupou o térreo do novo edifício com as exposições O Tridimensional no Acervo do MAC: Uma Antologia e Doações Recentes; e agora faz a abertura do Anexo Original. Como conta Chiarelli, a instituição vai inaugurar em 6 de abril, no 7.º andar, a mostra Di Humanista, com curadoria de Katia Canton e dedicada ao pintor Di Cavalcanti, como também uma mostra comemorativa relacionando obras emblemáticas do MAC - entre elas, o autorretrato de Modigliani, A Negra, de Tarsila do Amaral e trabalhos de Picasso e De Chirico - com peças contemporâneas como as dos jovens Jonathas de Andrade, Junior Suci e Thiago Honório e de criadores consagrados. A segurança do 7.º andar será arcada pela USP, segundo Chiarelli, até que o problema de licitação dos aparatos seja resolvido.Pelo cronograma do museu, a ocupação do edifício será realizada "de cima para baixo", andar por andar. O grande destaque será a inauguração, prevista para novembro, de uma exposição em homenagem a crítico e professor Walter Zanini, primeiro diretor do MAC (1963-1978) e morto em 29 de janeiro. "Era o mínimo que o museu poderia fazer", diz Chiarelli. A mostra tem curadoria de Critina Freire.

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