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MAC garimpa acervo e expõe seleção poética

A mostra Estratégias para Deslumbrar foi aberta hoje ao público

Por Agencia Estado
Atualização:

Dez artistas foram escolhidos a dedo para formar a exposição Estratégias para Deslumbrar, uma realização do Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC) e do Sesi. Segundo Teixeira Coelho, que está para deixar o cargo de quatro anos como diretor do museu, foi todo "um processo de garimpagem", mas o resultado foi a reunião de obras de Amélia Toledo, Regina Silveira, Paulo Pasta, Ana Maria Tavares, Arthur Omar, Elder Santos, Bia Lessa e ainda uma natureza-morta de Giorgio Morandi, uma escultura de León Ferrari e um vídeo inédito de Bill Viola. Como destaque está a pintura "Verde, Vermelho e Rosa", de Volpi, abrigada na seção Obra em Contexto. Com curadoria de Teixeira Coelho e do vice-diretor do MAC, Martin Grossmann, Estratégias para Deslumbrar foi pensada justamente para uma cidade como São Paulo já que o objetivo é "oferecer um espaço de recolhimento intimista", como assinala Coelho. "Em um momento em que passamos pelo racionamento de luz, convivemos com violência, insegurança, Estratégias para Deslumbrar é um espaço para fugir desse clima", complementa. Para tal objetivo, é certo que os artistas escolhidos teriam de ser os que trabalham com uma estética mais poética. "São poucos os artistas que estão interessados nessa estética. A maioria está mais ligada em fazer uma arte política. As obras dessa exposição vão além do belo e do agradável. Pode-se dizer que há uma tendência para a sublimação", diz Coelho. Estratatégia - Desse modo, cada artista desenvolveu sua estratégia a partir de diferentes técnicas. Já na entrada da exposição pode-se ver o trabalho de Regina Silveira intitulado Equinócio, em versão especial feita para essa mostra. Ao fundo, Ressurgências, a obra de Amélia Toledo composta por pedras de tamanhos irregulares dispostas no chão por onde o espectador pode passar. Ana Maria Tavares construiu a instalação Visiones Sedantes e Paulo Pasta apresenta pinturas. De Arthur Omar foi escolhida a série de imagens do céu da Amazônia, em versão ampliada e especial para essa exposição. Elder Santos mostra o recente trabalho intitulado Memória, formado por uma prateleira com objetos e taças de cristal por onde um projetor insere algumas imagens ao mesmo tempo em que uma música ambiente acompanha a ação. De Bill Viola, que pela primeira vez integra uma exposição no Brasil, foi escolhido o vídeo Reflecting Pool. "Ele marca a história do vídeo poético", frisa Teixeira Coelho. De todas as obras, as únicas que pertencem ao acervo do Museu de Arte Contemporânea são a natureza-morta de Morandi e a escultura de Ferrari feita na década de 70 como homenagem a seu pai. E, por fim, para abrigar a obra de Volpi exposta na Bienal de 1964, o MAC alterou o nome da seção Obra em Contexto para Obra Fora de Contexto. Estratégias para Deslumbrar. De terça a sábado, das 10 às 20 horas; domingo, das 10 às 19 horas. Centro Cultural Fiesp - Galeria do Sesi. Avenida Paulista, 1.313, tel. 3253-5877. Até 12/6.

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