Luiz Carlos Vinhas é enterrado no Rio

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Por Agencia Estado
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Cerca de 200 pessoas compareceram ao enterro do corpo de Luiz Carlos Vinhas, hoje à tarde, no Cemitério São João Batista, na zona sul do Rio. Gente de música como Nana e Dori Caymmi, Wanda Sá, Marcos e Paulo Sergio Valle, Aldir Blanc além de figuras do meio artístico como Carlos Eduardo Dolabella, Régis Cardoso, Luis Carlos Miéle, Agildo Ribeiro estiveram no velório. Luiz Carlos Vinhas se internou no sábado para fazer cirurgia plástica no rosto e no abdome. Duas horas depois teve uma parada cardíaca e entrou em coma. Na segunda-feira foi diagnosticada morte cerebral. Luis Carlos Vinhas morreu na manhã de ontem aos 61 anos. Sobre o caixão foram colocadas as bandeiras do Botafogo e da escola de samba Estação Primeira de Mangueira. A escola fez uma homenagem especial para o pianista: alguns integrantes da bateria acompanharam o enterro entoando sambas da agremiação. "Lamentavelmente perdemos a briga para Dona Neuma e para Carlos Cachaça", afirmou Lomelino Ribeiro, da diretoria da Mangueira. Segundo ele, Vinhas, que desfilava todo ano na avenida, terá um lugar garantido no Centro de Memória da Mangueira. O compositor Roberto Menescal, com quem Vinhas gravou o seu primeiro disco, no final da década de 50, lembrou dos velhos tempos. "Fizemos o primeiro disquinho da Bossa Nova. Éramos dois garotos inexperientes. A partir daí, fomos levados e levamos a Bossa Nova adiante", comentou. Menescal disse que ele e Vinhas se reencontraram há três meses para fazer um show com Wanda Sá e chegaram a conversar sobre uma possível gravação de um disco. Por volta do meio-dia, uma prece foi realizada por frei Neylor Tonin, do Convento de Santo Antônio. O religioso ressaltou a qualidade do trabalho do pianista. "A música ficou mais triste, pois perdeu um pouco de seu brilho", ressaltou. Muito emocionado, o secretário Estadual de Culturas, Arthur da Távola, lembrou que assistiu ao último show de Vinhas, no bar Mistura Fina, no início deste mês e ficou impressionado com a performance do músico. "Foi um espetáculo magnífico, inesquecível", afirmou. Távola disse que saiu do show decidido a escrever uma crônica sobre a maturidade artística de Vinhas. "Por falta de tempo eu não fiz esse texto. É uma pena, acho que ele gostaria de ler esse texto. Vou ficar devendo", comentou. Para Luiz Carlos Miéle, o pianista inventou "a profissão do pianista que recebia as pessoas no bar". Miéle e Vinhas começaram juntos a trabalhar no Beco das Garrafas. "Fizemos uma série de shows memoráveis com a Elis Regina. O Vinhas tinha um talento criativo grande. Até hoje me espanta que ele não tenha se inclinado para a composição", comentou.

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